quarta-feira, abril 03, 2013

Carta aos camaradas Norte Coreanos



Senhores que mandam na República Democrática (HAHAHAHA) da Coreia do Norte,

serve esta missiva para lhes pedir o seguinte: acho que um povo tem o direito de declarar guerra a qualquer outro povo. Achei por bem começar por esclarecer este ponto. Foi assim que nós fundámos a nossa nação, e logo por duas vezes e sempre à conta dos nossos vizinhos. Mas se calhar isto não é um bom princípio de conversa. Rezam as crónicas que Suas Excelências e os seus vizinhos do Sul não se dão lá muito bem, enfim. Eu não sou de intrigas pelo que não tenho nada a ver com as motivações de cada um, mas assim de fora, à distância, parece-me que eles vos deram a banhada em mais que uma coisa. Senão vejamos: exportaram o Tae Kwon Do, carros baratos, a LG (não digo a Samsung porque esses deram-nos a conhecer a Pêpa e só por isso já me apetece tomar o vosso partido) e aquela miúda muito gira do Lost. Ora vocês exportaram... enfim, continuemos.



Quanto aos americanos, já se sabe, estão em todas. Eu não morro de amor por eles, mas pronto. A título de conselho, o Obama já ganhou um Nobel da Paz (o primeiro desde Jimmy Carter) e olhem o que aconteceu ao Bin Laden. Imaginem se o gajo fosse belicista como digamos...vocês.
Mas já agora, deixem-me dizer-vos que vocês precisam é de serem bem aconselhados, e não, a Rússia e a China não são os vossos melhores conselheiros. Eu não sei quem são, mas só acho que deviam expandir horizontes. Olhem a Argentina, por exemplo. Levaram na pá dos Ingleses há 30 anos e desde então desancam-lhes na bola. Agora até têm o Papa e o segundo melhor jogador da bola do mundo. São uma potencia diplomática, a Argentina. O Vietnam também deve ser, já que sabem o que é ser invadido por um país do outro lado do mundo e desancá-los forte e feio. O Japão, por outro lado, deverá ser um óptimo conselheiro para vocês, camaradas, pois que é o único povo a já ter levado com duas bombas nucleares no lombo. Aliás, se só tivesse levado com uma continuaria a ser o primeiro e único, até ao momento. E eu parece-me que vocês se estão a pôr a jeito para lhes roubarem este record, seus marotos.



Agora o que me interessa. Eu sou português. Não sei se vocês sabem, mas os tugas são um povo manhoso, que ocupam um quadradinho da Península Ibérica e dão mais trabalho do que vocês pensam a aturar, a Merkel que vos diga. A Merkel e o Júlio César que um dia disse: “Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa, nem se deixa governar.” Vocês não estão a ver o sorriso orgulhoso que eu faço quando recordo esta citação de um dos maiores estadistas que houve. Ora isto tudo para vos pedir o seguinte: se se resolverem armar ao pingarelho e desatarem a amandar bombas nucleares por todo o lado, façam-no por favor para o lado do oceano. Eu espero sinceramente que isso seja só bluff, e caso seja já ganharam pois que eu vos estou a dar mais atenção que ao Ahmadinejad quando ele diz que quer arrebentar com Israel. É que aqui o meu país, que já teve a sua idade de glória, é neste momento habitado por seres inconscientes que metem gajos como o Relvas a governarem-nos. Malta tipo Walking Dead, não sei se estão a ver. Zombies que mordem outros e o bicho pega-se e depois ficam iguais, zombies também. Ora eu pergunto-vos, vale a pena chatear um país de zombies? Ehpá não. Nós zombiamos mas não chateamos ninguém, pá. Só para verem o quão ridículo somos, nem sequer sabemos o que é energia nuclear, porque as pessoas que fazem as nossas leis acham que se houver um desastre nuclear aqui ao lado em Espanha a fronteira do Caia reabre e não deixa passar nem um bocadinho de radiação. Hilariantes, não somos?
A estas horas estão vocês a pensar: “mas estes caramelos já nos eliminaram duas vezes do mundial de futebol, com duas goleadas, uma dum preto e outra dum fanã que diz p’r’tant!” Sim, mas que querem? Não somos perfeitos, né? Aliás, quem começou com essa brincadeira das armas fomos nós, há 500 anos, com os vossos vizinhos nipónicos. Nós é que fomos os primeiros a ter o trauma do tamanho. Sempre maior. Depois olhem o que aconteceu ao nosso último ditad...er...estadista: caiu da cadeira e kaput! Lá se foi o último dos impérios. É isto que querem para vocês também? Sim, eu sei, é verdade que temos o Relvas, a Maya e o Goucha, mas caramba, eles não vos fazem mal. Eu de bom grado os trocava por um dos vossos Kim. É claro que eu não acredito que um gajo chamado Kim (que também pode ser uma gaja) possa ser uma ameaça incomensurável para o mundo civilizado. Agora o Goucha e o Relvas ou a Maya, meus amigos, nem queiram saber o que isso faz a um povo. São gerações e gerações perdidas. Cá pra mim vocês são tão vítimas dos lobbies quanto nós. Devem estar minados de jornalistas do Expresso, do Correio da Manhã e da FOX. Bom, não me quero alongar mais.



Agora vá, entre um corte de cabelo e outro dos 13 que vocês autorizam, entre uma ratazana e uma criancinha que os vossos cidadãos são obrigados a degustar (essa das criancinhas, os verdadeiros comunistas europeus nunca vos perdoarão, pois o estigma de “os comunistas comem criancinhas ao pequeno-almoço” é agora verdade graças a vocês) pensem um bocadinho se vale a pensar começar a desatinar com os vossos vizinhos. Ganharem mais medalhas que eles e os americanos no Halterofilismo dos Jogos Olímpicos devia servir-vos de consolo. Isso e terem a eterna gratidão deste vosso amigo que ainda um dia gostaria de vir a ter netos só com dois braços e duas pernas.
Agradecido.