segunda-feira, abril 03, 2006

Voltinha de ginga

Já passava das 18:30 quando me resolvi a sair. Desci as escadas, paguei a renda da casa à senhoria e cravei-lhe o mini compressor para ligar ao isqueiro do carro. Afinal, com os pneus com pouca pressão não me sairia muito bem. Renda paga, pneus cheios, é hora de olear a "mánica". Spray na corrente, carreto, cranques e suspensão. Redex Bála faz de tudo mesmo que não sirva para nada! Agora eu: o sexy calção de lycra da praxe, camisola a condizer e sapato próprio que faz um andar esquisito quando não queremos riscar o chão. Capacete (sou um gajo consciente e responsável, mesmo que não pareça) que já me salvou a cabecinha de uma bela pancada e gafas amarelas porque o lusco-fusco estava mesmo a chegar. Meia litrada de Isostar home made e outra tanta de água fresquinha para não desidratar e ele aí vai. Antes, um pequeno aquecimento das articulações, ombros, bacia, joelhos e tornozelos. Estes dois últimos são deveras importantes porque são os que mais se esforçam. O meu tornozelo esquerdo parece que tem uma bola de ténis lá dentro, e isto desde Maio que anda assim. Escusado será dizer que um passo mal dado e é a morte do artista. Se o ano passado nos toiros não acusei o toque, este ano no primeiro treino com vaquinhas foi logo à primeira, e os próximos estão à porta. Continuando, para não esforçar muito e ao mesmo tempo não correr o risco de me baldar, desaperto o parafuso que regula a tensão do pedal para ser mais fácil de libertar; no pedal direito, esse, o aperto é o normal.
E pronto lá me faço à estrada. Passo em frente ao portão do Campus e sigo pela estrada de terra caminho do Vale das Almas. Continuo em frente até ao cruzamento da estrada da Praia/Aeroporto. Em condições normais virava à direita para o Ludo e não chegava sequer à estrada da Praia mas nem eu nem a minha ginga estávamos em condições normais! O melhor é mesmo seguir pelo alcatrão para o esticador não sofrer mais. Desde a volta das meninas que dei com o Bibes que o gajo não ficou bom. No último prato então é uma desgraça. As últimas mudanças não entram, saltam quando lhes apetece, e a últimas que entram fazem a corrente roçar no desviador que também está desafinado, claro. Depois os travões também não estão de confiança: têm os calços gastos e estão desafinados e o pneu de trás já tem pouca tracção porque o menino gosta de fazer umas travagens valentes quer seja no alcatrão ou na terra batida e a borracha é claro, não gosta.
Os quilómetros vão passando quase sem se dar por eles, e só quando chego à curva do Aeroporto/Ramalhete é que são elas. Aí as árvores desaparecem e o vento aumenta. A resistência ao ar é consequentemente maior e o esforço também, ao contrário do rendimento que desce bastante. A recta da ponte ainda é pior, há mais trânsito e um descuido prega comigo dentro de água. Passa-se a ponte e uma vez na praia sente-se logo o vento mais forte e o cheirinho a maresia. Viro à esquerda e vou até ao fim da estrada lá ao fundo. Passo pelas casas do pessoal e aceno-lhes enquanto fujo da "cãozoada" mais afoita. Chego ao fundo, meia-volta volver. Caminho de regresso, a recta do aeroporto já é mais agreste (é a subir) e a do Vale das Almas também, porque as pernas estão cansadas. Os 15% do caminho feitos em terra batida também são durinhos já que a estrada está toda esburacada mas seca. A suspensão faz bem o seu trabalho mas as escoras laterais não absorvem os impactos traseiros todos, a condução é aos zigueszagues para não abusar mais do esticador e em pé para as nalgas não se ressentirem. Acaba-se o caminho de terra, mais uma vez passo em frente ao portão do Campus e vou caminho de casa não sem antes cravar um copinho de água aos compadres Carapinha e Rafa nas suas respectivas casas. A ginga não precisa de manutenção, pelo menos não mais que a que precisava antes da volta, e como tal arrumo-a no hall de entrada e arrumo-me a mim no sofá! Toma-se um banho e fica-se pronto para o resto do dia. A estudar, a dromir, nos copos, a torear, não interessa porque se fica no total relax.
PS: E quando estou prestes a acabar de escrever este post sobre um tema de que gosto tanto, eis que a rádio começa a passar Jack Johnson e a minha tripa se revolta causando-me enérgicos espamos e vómitos que muito contrariado contenho. Como se isso não bastasse, o PC começa a congelar e corro o risco de perder tudo o que escrevi. Tudo por causa do surfista rabeta pseudo-cantor e do seu macaco animado...

7 comentários:

Roma disse...

Obrigado soci. Afinal, embora não cumpras com o que realmente interessa, a mínima obrigação de leres os sociblogs ainda a fazes! Em relação ao resto deves andar mesmo mal, esse comment tá num português algo desconchavado não? Gostei especialmente do conituno. Penso que seja um advérbio não? Eu, apesar de não dever, e vá-se lá saber porquê, também "conituno" a amar-te sociólica e incondicionalmente, tal como as restantes sociates, e mais alguém que, quiçá, por ventura numa eventualidade remota de infíma probabilidade viesse ao assunto...

AI LÓB IU SOCI!!! Bejinhos e coiso...

Anónimo disse...

ALCATROEIRO!!!! Quando cá vieres traz a ginga que combinamos uma subida a Pêro Crespo para te redimires.

Abraço

Anónimo disse...

Concordo!!! ÉS UM ALCATROEIRO!!! ... cá te esperamos pás ribeiras e pa serra d'ossa... UM ABRAÇO!!!

Roma disse...

Já a trouxe! Precisa de ir à revisão mas conto com vocês para isso. Faço tenções de andar sim porque vocês falam falam mas quem é que vai fazer a Maratona de Alte quem é quem é? Ah pois é... é aqui o mancas!! Bejinhos e tal...

Anónimo disse...

A saber: Roma depois da merecida revisão e de uns bons treinos, que não só ires à praia de Faro, estás convidado para vires à maior maratona de BTT da Europa, claro está, em Portalegre. Conta já com 2600 participantes e 100 Km de percurso. Abraços e já agora, mete gelo no tornozelo que é capaz de passar... LOL
Santa Páscoa para Ti e para o Teus.

Roma disse...

Compadre Fresco: claro que ir à Praia de Faro não é treinar, é só passear. Antes da de Portalegre, à qual não vou pelas mais variadas razões, vem a de Alte, no 25 de Abril. Nessa já estou inscrito e treinado com afinco. O tornozelo precisa de fisioterapia, mas nada que impeça as pedaladas, os toiros ou as vacas...

Obrigado e espero que também tenhas tido uma Boa Semana Santa. Bejinhos e tal

ana sara disse...

Porque não tentas vir até aqui. Seria um belo passeio! bj