Foi na Aula Magna da Universidade de Lisboa dia 15 de Março pelas 22 horas, a apresentação do novo álbum dos Blasted Mechanism Sound In Light/Light In Sound. O espaço poderá não ser o melhor para um tipo de concerto que, embora intimista, é também convidativo ao extravasar de emoções e sentimentos a que a música da banda mutante nos transporta nesta sua nova viagem. Muito dançar, pular e braços no ar portanto. Num espaço académico, a tradição do quarto de hora académico foi cumprida a dobrar mas ninguém reclamou por isso. A tensão sentiu-se na pele de cada um dos presentes na sala ao baixar das luzes e iniciar da Intro, e quando Winga entrou em palco e, de costas para o público, imediatamente começou a marcar o ritmo num gigantesco tambor, logo um coro de vozes sedentas de novas sonoridades ecoou naquele espaço cheio de mística enriquecida por grandes e históricos concertos aos quais o desta noite não seria excepção.
Seguiram-se a Winga, o percussionista, Zymon e Valdjiu, os guitarristas, Ary, o baixista e produtor do novo disco, Sinc, o baterista e, finalmente, Karkov, o rosto mais (in)visível da banda, autor e vocalista dos temas surreais dos Blasted. Ainda não tinham começado o concerto e já o povão estava ao rubro. O principal motivo era o consumar da expectativa em redor dos novos fatos: o de Valdjiu, inspirado numa cobra capelo, o de Zymon numa tarântula que mais faz lembrar o AlienVsPredator, e o de Karkov que remete para os soldados imperiais de Star Wars eram complementados na perfeição pela "libélula" de Ary, a "louva-a-Deus" de Sinc e a máscara tribal de Winga. Mas isto é uma mera interpretação leiga, o seu verdadeiro significado só os verdadeiros artistas poderão, ou não, revelar...
Para abrir em beleza e com a parada alta, seguiu-se à Intro o primeiro single deste novo trabalho: All The Way. A mensagem forte mas clara, a musicalidade de influência oriental-cósmica, baseada nos trinados da cítara e numa electrónica suave mas personalizada conjugada com a inconfundível porém descontraída voz de Karkov deixam adivinhar um belo futuro para o 4º álbum de originais do grupo que veio de outra galáxia.
Uma das características chaves para o sucesso dos Blasted Mechanism é a diferenciação entre os discos gravados e os espectáculos ao vivo. Nos CD's temos música "ouvível", moderada e de encontro a todos os gostos, ou, pelo menos, sem motivos para preconceitos de estilos (quem consegue comparar a versão do Plasma de Karkov com o que a banda interpreta no palco?) que se pode ouvir em casa, no carro, com a namorada ou no Ipod. Ao vivo, a metamorfose só não é total porque eles são realmente "assim" mas o potencial de comunicação com o público eleva-se exponencialmente e colocam banda e fãs numa invulgar e pouco vista harmonia: dança-se, pula-se canta-se, atinge-se o Nirvana e comunica-se num silêncio barulhento que nos leva a um orgasmo melódico de sonoridades indescritíveis.
Os dados estavam lançados - Alea jacta est, diria Júlio César - e ambas as apostas, da banda e do público, já ganhas. E ainda a procissão ia no adro. E porque recordar é sempre bonito, não obstante o principal atractivo da noite serem os novos temas, Karkov, Valdjiu & Cª lá nos iam brindando com o que de melhor fizeram nos últimos anos, nomeadamente com os temas Are You Ready e I Believe (que cena surreal, ouvir/ver Karkov a dar as vozes em Japonês no meio do riff deste último) do álbum Namaste; e Blasted Empire e When The Sun Goes Down do penúltimo Avatara. E se os Queen têm o We Are The Champions, os Rolling Stones o Satisfaction, Carlos Santana o Black Magic Woman e o Oye Como Va e Michael Jackson o Thriller e o Bad, quem ouve o nome Blasted Mechanism associa mais automaticamente que o cão do Pavlov às pioneiras músicas The Atom Bride Theme e Karkov que, obviamente, não faltaram. Para certos fãs, nos quais me incluo, só faltaram mesmo os também já velhinhos Swinging With The Monkeys e Oh Landou para a noite ser mais perfeita que a Super Bock mas festa é festa e a cavalo dado não se olha o dente.
Misturadas nestas, mas não camufladas, as novas músicas foram aprovadas por unanimidade, principalmente URU, Battle Of Tribes e Total Rebellion, em que por breves instantes de delírio me pareceu ver Till Lindemann em palco a cantar algo como Links 2,3,4!. É muito giro ver a reacção do público num concerto destes. Quem assiste a este tipo de concertos são os fãs mais sérios e próximos das bandas, e se por um lado serão também os mais exigentes, por outro serão os que mais dispostos estarão a entrar na onda que os seus ídolos lhe reservam. Este não fugiu à regra e os fãs absorviam nos primeiros segundos de cada nova música o seu estilo, musicalidade, mensagem, como um crítico apreensivo (mas nunca quietos, será sempre impossível num concerto dos Blasted), para depois, na "segunda volta" curtirem já como se tivessem ouvido a faixa dezenas de vezes para no final de cada uma, invariavelmente, brindarem com uma mega ovação e salvas de palmas os seis cavaleiros do "apomúsicalipse". Para retribuir, um encore constituído por mais 3 ou 4 músicas com Battle Of Tribes a fechar com chave de ouro. Mas a derradeira surpresa foi o tirar das máscaras, os mutantes revelaram o seu verdadeiro rosto, conhecido só pelos verdadeiros fãs (como eu) e levaram ao céu os cerca de 3 mil pessoas presentes na Aula Magna!
Amanhã, a primeira coisa que irei fazer é cantar "I've got plans for today (ir levantar à Fnac o prometido CD de Light In Sound) and i'm planning going all the way" (chegar a casa e colocá-lo no PC para fazer o download de Sound In Light). Orienteiem-se e não se esqueçam: Unite your brothers, unite your tribes, unite yourselves, unite the sound, unite the childs, unite in one, unite in light... AVÉ!
Seguiram-se a Winga, o percussionista, Zymon e Valdjiu, os guitarristas, Ary, o baixista e produtor do novo disco, Sinc, o baterista e, finalmente, Karkov, o rosto mais (in)visível da banda, autor e vocalista dos temas surreais dos Blasted. Ainda não tinham começado o concerto e já o povão estava ao rubro. O principal motivo era o consumar da expectativa em redor dos novos fatos: o de Valdjiu, inspirado numa cobra capelo, o de Zymon numa tarântula que mais faz lembrar o AlienVsPredator, e o de Karkov que remete para os soldados imperiais de Star Wars eram complementados na perfeição pela "libélula" de Ary, a "louva-a-Deus" de Sinc e a máscara tribal de Winga. Mas isto é uma mera interpretação leiga, o seu verdadeiro significado só os verdadeiros artistas poderão, ou não, revelar...
Para abrir em beleza e com a parada alta, seguiu-se à Intro o primeiro single deste novo trabalho: All The Way. A mensagem forte mas clara, a musicalidade de influência oriental-cósmica, baseada nos trinados da cítara e numa electrónica suave mas personalizada conjugada com a inconfundível porém descontraída voz de Karkov deixam adivinhar um belo futuro para o 4º álbum de originais do grupo que veio de outra galáxia.
Uma das características chaves para o sucesso dos Blasted Mechanism é a diferenciação entre os discos gravados e os espectáculos ao vivo. Nos CD's temos música "ouvível", moderada e de encontro a todos os gostos, ou, pelo menos, sem motivos para preconceitos de estilos (quem consegue comparar a versão do Plasma de Karkov com o que a banda interpreta no palco?) que se pode ouvir em casa, no carro, com a namorada ou no Ipod. Ao vivo, a metamorfose só não é total porque eles são realmente "assim" mas o potencial de comunicação com o público eleva-se exponencialmente e colocam banda e fãs numa invulgar e pouco vista harmonia: dança-se, pula-se canta-se, atinge-se o Nirvana e comunica-se num silêncio barulhento que nos leva a um orgasmo melódico de sonoridades indescritíveis.
Os dados estavam lançados - Alea jacta est, diria Júlio César - e ambas as apostas, da banda e do público, já ganhas. E ainda a procissão ia no adro. E porque recordar é sempre bonito, não obstante o principal atractivo da noite serem os novos temas, Karkov, Valdjiu & Cª lá nos iam brindando com o que de melhor fizeram nos últimos anos, nomeadamente com os temas Are You Ready e I Believe (que cena surreal, ouvir/ver Karkov a dar as vozes em Japonês no meio do riff deste último) do álbum Namaste; e Blasted Empire e When The Sun Goes Down do penúltimo Avatara. E se os Queen têm o We Are The Champions, os Rolling Stones o Satisfaction, Carlos Santana o Black Magic Woman e o Oye Como Va e Michael Jackson o Thriller e o Bad, quem ouve o nome Blasted Mechanism associa mais automaticamente que o cão do Pavlov às pioneiras músicas The Atom Bride Theme e Karkov que, obviamente, não faltaram. Para certos fãs, nos quais me incluo, só faltaram mesmo os também já velhinhos Swinging With The Monkeys e Oh Landou para a noite ser mais perfeita que a Super Bock mas festa é festa e a cavalo dado não se olha o dente.
Misturadas nestas, mas não camufladas, as novas músicas foram aprovadas por unanimidade, principalmente URU, Battle Of Tribes e Total Rebellion, em que por breves instantes de delírio me pareceu ver Till Lindemann em palco a cantar algo como Links 2,3,4!. É muito giro ver a reacção do público num concerto destes. Quem assiste a este tipo de concertos são os fãs mais sérios e próximos das bandas, e se por um lado serão também os mais exigentes, por outro serão os que mais dispostos estarão a entrar na onda que os seus ídolos lhe reservam. Este não fugiu à regra e os fãs absorviam nos primeiros segundos de cada nova música o seu estilo, musicalidade, mensagem, como um crítico apreensivo (mas nunca quietos, será sempre impossível num concerto dos Blasted), para depois, na "segunda volta" curtirem já como se tivessem ouvido a faixa dezenas de vezes para no final de cada uma, invariavelmente, brindarem com uma mega ovação e salvas de palmas os seis cavaleiros do "apomúsicalipse". Para retribuir, um encore constituído por mais 3 ou 4 músicas com Battle Of Tribes a fechar com chave de ouro. Mas a derradeira surpresa foi o tirar das máscaras, os mutantes revelaram o seu verdadeiro rosto, conhecido só pelos verdadeiros fãs (como eu) e levaram ao céu os cerca de 3 mil pessoas presentes na Aula Magna!
Amanhã, a primeira coisa que irei fazer é cantar "I've got plans for today (ir levantar à Fnac o prometido CD de Light In Sound) and i'm planning going all the way" (chegar a casa e colocá-lo no PC para fazer o download de Sound In Light). Orienteiem-se e não se esqueçam: Unite your brothers, unite your tribes, unite yourselves, unite the sound, unite the childs, unite in one, unite in light... AVÉ!
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