Ele há coisas do Demo.
Há um ano atrás, andava um jovem que eu conheço muito bem, perdidamente apaixonado por uma criatura com pouco mais que um metro e uma Gillette de altura. Ela, fanática do Benfica, com lugar cativo atrás do Trapattoni e tudo; ele, Sportinguista ferrenho, sócio com as cotas em dia, o seu coração só tem uma côr: verde&branco! Mas essas coisas não se escolhem e ainda hoje ele se pergunta porque se foi desgraçar por aquela miúda. Até poderia agora especular, terá sido por causa dos seus olhos meigos? Das suas sardas que lhe davam um ar de miúda traquina e reguila? Ou dos seus abdominais duros como pedras e das suas minisaias que o tiravam do sério??? Ainda hoje ele não sabe, só sabe que nunca foi assistir àquelas aulas com tanta vontade como nessa altura, só de ela se sentar ao pé dele, dizer bom dia e sorrir. Com aquele sorriso que lhe iluminava a alma e o coração para o resto do dia.
Por esses tempos ele não queria saber de mais nada. Ele era dinheiro em telémovel, ele era dinheiro em gasóleo, ele eram as horas passadas a suspirar sem conseguir estudar, tudo por causa dela. Os seus amigos e amigas já começavam a notar. Os mais próximos diziam-lhe que ele tinha que se acalmar, refrear os ânimos, concentrar-se noutras coisas, rever as prioridades, não investir tanto, etc... sob risco de depois os pagar com juros, leia-se bater com a cabeça na parede e penar muito mais.
A todas essas coisas ele respondia da mesma maneira: "Ora mas se eu sou assim..."
E isso ainda o orgulhava. Para ele, amar mesmo sem ser amado é um privilégio. Se os outros não o compreendiam paciência, não seria ele que iria perder tempo a ter pena dos outros, muito pelo contrário, ainda se congratulava por ser um dos poucos que gozavam de tal estatuto. O tempo passou-se e a paixão também, a Semana Académica não ajudou e o facto do Benfica ter ganho o campeonato também não. No fim, tudo está bem quando acaba bem. Ainda hoje ele lhe agradece as palavras que ela lhe disse. Magoou-o para não o magoar. Nem todas as meninas conseguem ter esse tipo de atitudes, muito menos as inseguras e egocêntricas como ela. Mas ela teve, e por alguma razão foi. No fundo é como o alcoolismo: o primeiro passo para acabar com o problema é admitir que se tem um problema. O facto de ela o querer poupar por ser um bocado vaca já lhe retira um bocado do vaca que ela era. Ao contrário de outras...
Passaram-se os tempos e na ressaca da SA aconteceram mais coisas. Esse jovem, parou um dia para pensar e disse para si mesmo: "Será melhor dar ouvidos aos outros??? Ora vamos experimentar."
Quis o destino que desta vez lhe saísse a sorte grande e lhe caísse no cólo sem ele bulir uma palha uma moçoila que excedia todas as expectativas... E as excedia de tal maneira que nem passou pela sua cabeça a possibilidade de concretizar pensamentos obscenos com ela. Ao que parece, isso passou pela cabeça dela, e não tardou muito a que rendez vous às escondidas de tudo e de todos se tornasse no prato do dia. Ele no entanto, achou tanta piada ou tão pouca à situação, que se lembrou dos conselhos dos seus amigos e deixou-se ficar, sossegadinho no seu canto, a curtir a sua sem chatear ninguém, e a viver o momento sem pensar no dia de amanhã.
Mas elas, tal como eles não são todas iguais. E se estas duas perdições desse jovem simpático e bem parecido tinham algumas coisas em comum, outras não tinham. Resumindo, sendo as duas tão vacas, aquela com cuja amizade e lealdade ele não contava foi a que acabou por se mostrar mais leal e amiga. A outra, que ele já tinha como amiga e pensava que isso se sobrepunha a tudo, conseguiu trair a sua confiança da maneira mais infantil possível, revelando que o tacto que tinha na sua cabecinha era inversamente proporcional à sua perfomance sexual... foi triste. Perderam-se muitas coisas, mas parece que também se aprenderam muitas outras.
Tudo isto para dizer que um ano depois do primeiro enterranço, esse jovem, muito mais moderado hoje, muito mais calmo, e pensando cada vez mais antes de agir, coisa que vai contra a sua maneira de ser e estar na vida, é hoje alvo do incoformismo e revolta dos seus amigos. Agora, os mesmo de há um ano lhe dizem: "Não podes ser assim! Não te podes ficar! Vai em frente, joga alto, aposta tudo, etc...!"
Ora isto dá que pensar não dá??? Será que o desgraçado não encontra um meio termo? Ou será que pura e simplesmente este é mais um caso de feitiço contra o feiticeiro? Quem terá razão, se é que ela existe nestes casos? Ele, ou amigos, nenhum ou ambos? Provavelmente ambos. Ao que sei, ele vai continuar a fazer as coisas pela sua cabeça teimosa ao mesmo tempo que vai continuar a dar ouvidos aos amigos. Afinal, ele era original e desoriginalizou-se...
3 comentários:
E pronto, tinhas que ir buscar um sacada de um espanhol para dares o sermão ao teu soci... aiaiai, de ti esperava qualquer coisa em flamenco ou coisa parecida, mas castelhano??? Fueda-se...
Meia palavra basta!! Ai soci soci, mas por quem tomas o teu soci??? Porventura ousarás pensar que não sei a que te referes? Porventura não mo terás já dito e eu memorizado??? Porventura é o teu soci capaz de esquecer o que coisas que realmente contam de pessoas com quem realmente sabe que pode contar dizem???? Nunca te esqueças soci, que o teu soci nunca se esquece... ÁI LÓB IU SOCI, SOU SOCIÓLICO E GOSTO!!!
Presumo que essa do Imperador seja para mim, não gostei. Em relação a conflitos anteriores e desorientação rien de rien. Só um, do passado, bem grande é certo e que deixou cicatrizes, para a desorientação aconselho a comprar uma bússola ou, para os mais sofisticados, um GPS. Desmorecer, nunca desmoreço. Em relação ao ser ou não original, eu nunca o deixarei de ser enquanto for igual a mim próprio. O título era tão somente um "trocadalho do carilho" para exprimir uma data de enfados que me andavam a apoquentar. Parabéns pelas suas conclusões, sejam elas quais forem...
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