quarta-feira, junho 07, 2006

RIR@RIR 2006

INESQUECÍVEL!!!! Pelas mais diversas e "bariadas" razões. Confesso que poucas coisas vivi com tanta expectativa como o dia 2 Junho de 2006. Viagem Al-furreka caminho de Lisboa e lá vai ele. À chegada dou de caras com Fernando Pereira, ao qual não tive coragem de negar um autógrafo, claro. Primorosamente instalado algures entre a Avenida com o meu nome e a Gago Coutinho, ou seja, a que tem o nome do país mais comunista do mundo, e excelentemente bem acompanhado bate-se o almoço no MacDonald's do Saldanha. Tristemente, mas com o meu orgulho de campónio, desorientei-me e não achei a entrada do metro. Era uma vergonha se aquela merda não estivesse muito bem sinalizada (ironia) e não houvesse mais obras que no Ground Zero. Não há crise: desce-se o resto da avenida até Entrecampos e sempre se poupa uma estação! Não foi porém culpa nossa que ardeu o metro do Saldanha, pois nós pusémos as nossas beatas no lixo! (esta parte é a brincar, realmente ateámos o fogo e fugimos...) Cafézinho em Picoas com o futuro primeiro-ministro do nosso Portugal e regresso de Metro, destino: Bela Vista.
Embora o Parque da Bela Vista se situe na freguesia de Marvila, a última coisa de que me lembrei foi das Marchas Populares. Contemplei os famosos prédios coloridos do Taveira enquanto tentava disfarçar um sorriso à referência a um nome que me causa gosma e pensava que nem ali e num dia como aquele me livrava do meu fantasma de estimação...
À entrada, e depois de uns 6 controles tão inúteis quanto rápidos, o meu bilhete arma-se em esquisito e não passa à primeira no laser do senhor sigurança. Ia-me saindo o tiro pela culatra, depois de um belo quarto de hora a inventarmos lemas para as t-shirts alternativas tais como: "Tive p'ra IR!"; "Quase que IA!"; "Se me descuidava IA!"; "Ia INDO!" ou "Eu FUI... ao Super Bock Super Rock!".
Assim que entrámos ouvimos os tambores inconfundíveis dos Tocá Rufar e ali ficámos uns belos minutinhos a curtir o batuque. Por dentro roía-me de inveja daqueles putos, fazer parte de um grupo daqueles é outro dos projectos por concretizar. Durou até passar o grupo de batuque da Sagres Chopp, sem dúvida o que aquela cerveja tem de melhor, mais as suas quatro bailarinas feias e gordas coitadinhas. Parecia uma procissão caminho da ilha da Sagres, porque será?
Provada a Chopp, coisa horrível por sinal, espreitou-se o Hot Stage. Completamente vazio, o concerto de Hands On Approach acabara havia pouco. Descemos para ver as vistas novamente e decidimo-nos por nos aproximar do palco. Isto eram umas 6 da tarde, quando ainda faltava uma hora para começar o primeiro concerto do dia no Palco Mundo: Jota Quest. Para grande alívio, pouca gente, muito espaço. A brasileirada curtiu milhões enquanto eu me distraía a regatear com um dos amigos que levava uma mochila às costas a dizer Chopp...
O concerto seguinte foi o do, ao contrário do que se diz, pai do blues português: Rui Veloso. O nosso B.B. King naquelas condições sabe sempre a pouco. Abriu, tal como a sua carreira, com o popular Chico Fininho, que eu escutei ao longe pois tive que fazer uma visita ao "Bairro Mictório" da Cidade do Rock. O concerto, que na minha opinião não passou de morno, ainda teve alguns momentos altos em que se viram, em vez dos tradicionais isqueiros, telemóveis no ar. Sinal dos novos tempos, afinal também dão luz e permitem-nos eternizar o momento em pixels. O final foi ao som de Não há estrelas no céu, single do melhor álbum de sempre do nosso artista tuga do dia: Mingos&Samurais.
Em mim a expectativa aumentava com o aproximar da hora da subida ao palco do meu músico/guitarrista/compositor preferido. Santana é já a seguir e olho em redor na tentativa de "sentir o pulso" às cercas de 80 000 almas que se colocavam em frente do Palco Mundo. Este era um momento que eu queria guardar na minha memória e espero que por cá se mantenha, pelo menos até ao próximo concerto do homem que fala através da guitarra. Sinceramente já nem me lembro da música com que abriu o alinhamento mas isso também pouco importa. Mr. Grammy surgiu acompanhado da sua magnífica orquestra e de um versátil vocalista que não desiludia. Nas mãos, a mágica guitarra alaranjada e listada e do lado esquerdo do palco, num suporte, a sua semi-acústica que usa em alguns temas como Maria Maria. A curta hora e meia de espectáculo incluiu, como se esperava, os temas mais populares do álbum Supernatural (se quiserem ler uma brincadeira leiam um post empoeirado com o mesmo nome lá para Novembro) e clássicos como Oye como va. O tema África bamba, cujo primeiro verso é "Ella, baila la portuguesa" levou ao céu as milhares de gargantas que com ele o cantaram. E era ver, e principalmente escutar, o rock no clima da salsa, do samba e sei lá que mais... Todos sabiam-nas todas de cor, mexia-se a anca e dava-se um passinho para um lado e para o outro enquanto se escutava de olhos fechados e sorrisos nos lábios o diálogo entre o génio e a sua obra. Também já nem me lembro com que tema fechou, mas Corazón espiñado, Smooth e Maria Maria deixaram-me completamente extasiado. O fim aproximava-se e não havia volta atrás. É o grande defeito dos grandes festivais de música. Os horários são tão pouco flexíveis quanto bem cumpridos, o que nem parece nosso. Mas afinal estamos em Portugal ou não????
Com um dos sonhos da minha vida cumprido é hora de ir descansar um pouco. Onde? E porque não na ilha da Sagres??? Areia, puffs, boa companhia e uma bejeca, existe lá melhor coisa para acabar a noite? Existe mas não é Roger Waters. Fiquei com pena de ter perdido a abertura do concerto com o mítico The wall (quantas vezes já não estive eu para nas aulas me levantar e gritar: "Hey!!! Teachers!!! Leave those kids alone!! All in all you're just a... another brick in the wall... péun néun néun, néun néun néun néun néun néun...") mas as pernas já pesavam, os ouvidos já zumbiam e as saudades de trocar palavras sem ser aos berros já eram as bastantes para nos fazer abandonar o cota.
Posto isto, melhor sítio só podia ser na tenda electrónica. Ah pois foi! Danny Kravit arrepiava os discos e punha toda aquela gente a martelar o ar. No início ainda estava pouca gente, até nos podíamos sentar no chão mas quando começou a encher foi "o poder". O "pum tss ca pum" (ou pão com grão, se preferirem) estava mesmo como eu gosto e de lá não saí até se tornar insuportável e o estômago começar a reclamar insistentemente. À saída da tenda cruzámo-nos com o pessoal de BMP que também lá estava. É sempre bom encontrar rostos familiares nestes eventos e saber que partilhamos gostos. Comer um chachorro, ver as vistas finais, ligar ao Martins às 4 da manhã só para chatear e vamos embora. A pé até à Casa das Lâmpadas é num instante e lá ficámos arroxados no meu lugar cativo em casa da Soci...
Se me dissessem que uma ida ao Colombo ainda no milénio passado em busca de prendas do Dia dos Namorados (lembras-te mana?) ia dar origem a um dos dias mais felizes da minha vida, muito provavelmente não acreditaria. Depois desta pequena (grande) amostra do que foi este dia no RIR, acerca do qual mudei radicalmente de opinião diga-se, não me resta senão agradecer àqueles que mo proporcionaram a começar como é "óvio" pelo meu mano, que me deu a melhor prenda de Natal; à caloteira que quase tive que raptar, subornar e hipnotizar (para não dizer seduzir) para a convencer a ir; à Sílvia e ao Pedro pela excelente companhia que são e pelas fotos de que ainda estou à espera e é claro, à minha grande Sociate Pikena por, tal como prometido, me ter arruinado o dia com a sua presença absolutamente indispensável mais a da Ana Sofia, a quem eu tirei fotos a beber Sagres!!!!
Em 2007 e 2008 há mais e eu faço tenções de ir... AVÉ!

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