Esta semana, ao folhear a revista
“Sábado” que habitualmente não leio, deparei-me com uma pequena notícia cujo
título é: “Então e eu, onde fico na fotografia?”. A notícia remete para um post de Santana
Lopes no seu blog onde expressa a sua indignação por, numa foto galeria apresentada
no site do Expresso a 21 de Janeiro
último acerca do 20º Aniversário do Centro Cultural de Belém, o seu nome e outros (entre os quais os de Cavaco Silva,
Ferreira do Amaral e o arquitecto responsável pelo projecto, Manuel Salgado)
não serem referenciados.
O post tem o título “As Boas
Graças” e começa com a frase “Os portugueses são um povo inacreditável a
reescrever histórias (para não falar da História)”. PSL desfia um largo repertório de méritos que
teve na construção de uma das obras mais polémicas dos últimos anos, no nosso
país. O CCB ficou pronto a tempo, diz PSL. As suas iniciativas de comunicação
defenderam o projecto “contra tudo e contra todos”, inclusive num debate na SIC
onde terá sido “esturricado” por Miguel Sousa Tavares, Pacheco Pereira e António
Barreto. Segundo o próprio “Foi – passe a presunção – dos programas de
televisão que me correu melhor.” Não passou a presunção, ó Pedro.
E continua, fui eu que nomeei a
Comissão Instaladora, fui eu quem escolheu o primeiro Presidente, quem escolheu
fulano para director disto, fui eu quem escolheu beltrano para director daquilo,
resumindo, PSL escolheu toda a gente que trabalhava naquele edifício, do
Presidente às senhoras da limpeza.
PSL faz referência a Luís Valente
de Oliveira, Ministro do Planeamento e Ordenamento do Território aquando do
lançamento do projecto, e a Teresa Gouveia, sua antecessora na Secretaria de
Estado da Cultura como “Ministro inteligente” e os que escolheram o projecto,
acrescentando que a “responsabilidade pela obra e por a defender, foi como
contei.”
No final, mais um apontamento, “O
primeiro nome a ser associado ao CCB, por justiça, deve ser o de Cavaco Silva. Um
dia, quando as poeiras destes tempos assentarem, sê-lo-á devidamente.”
Eu só gostaria de perguntar a PSL
se também gostaria que estivesse referido na foto galeria que um projecto de 31,5
milhões de euros custou, afinal, 200 milhões de euros mas que é na boa porque
ninguém se chateou com isso? E se não acha que este seu texto é de uma dor de
corno incompreensível? PSL, infelizmente não precisa de se colocar em bicos dos
pés para nos lembrarmos da sua obra. Já agora também achei uma “boa graça”
quando uma pessoa que não foi eleita pelo povo chegou ao cargo de
primeiro-ministro por portas e travessas, onde se aguentou um período record de
9 meses, mas isso são contas de outro rosário. Claramente que o editor daquela
pequena peça no Expresso terá dito a alguém: “vê lá se deixas o Santana Lopes e
o Cavaco de fora disso”. Há assim tanta injustiça neste artigo? Haver ou não
haver referência a Suas Excelências Exultantes Cavaco e Santana Lopes perverterá
assim tanto a percepção de quem vir aquelas 32 fotografias? Há boas graças sem
graça nenhuma, mesmo…
PS: Aqui ficam os links:
http://expresso.sapo.pt/o-20-aniversario-do-ccb=f780173
http://pedrosantanalopes.blogspot.pt/2013/01/as-boas-gracas.html
PPS: Não resisti a um título à la Lobo Antunes.
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