domingo, outubro 20, 2013

V Corrida do Aeroporto

Quem me conhece sabe que não gosto muito de correr. E ainda gosto menos de modas. Mas ultimamente, parece que aderi involuntariamente à moda da corrida, ou aliás, do running. Sim, porque o que está na moda é ser-se runner, não é correr. Correr é para os pobres. Ou para os atletas de alta competição. Na cidade não se corre, runna-se
Só para esclarecer, comecei a correr com mais frequência desde que recomecei a treinar karate com regularidade. Como por causa do trabalho nem sempre posso ir treinar, e como passo semanas sem poder ir aos treinos, resolvi começar a dar umas corridas ao pé de casa nos dias em que não posso ir treinar, para manter a forma. Daí até me inscrever na Corrida do Aeroporto, foi um passinho. Como profissional orgulhoso de trabalhar na bela infra-estrutura que é o Aeroporto de Lisboa, desafiei-me a mim próprio para fazer os 10Km do percurso. De referir que nunca tinha corrido mais de 3 ou 4 quilómetros, sequer, e que não tenho nenhum podómetro, medidor de frequência cardíaca, ou qualquer um desses gadgets modernos cheios de aplicações que nos avisam quando nos cai uma gota de suor, damos um peidinho ou matamos uma pobre caloria à base da pedalada.
O evento já vale a pena só por ter início e fim no Terminal de Carga do Aeroporto de Lisboa, que é uma área de acesso restrito. Embora não tenha movimento ao Domingo, é uma oportunidade única para ver os aviões descolarem na runway 21, ali mesmo à frente do nosso nariz, nem a 50m. Em jeito de benção, saiu um A330 da TAP logo ao início, e passada quase uma hora, quando este vosso amigo já fazia os últimos 300m, o belo e ruidoso Boeing 757 da US Airways fez o seu take-off com destino a Filadélfia.
Quanto ao percurso, depois de sair do Terminal, dirigimo-nos à Alta de Lisboa, contornámos a Pista de Atletismo Prof. Moniz Pereira e descemos depois até à entrada da Quinta das Conchas, onde percorremos os quilómetros 7, 8 e 9, até sairmos de novo para o alcatrão em direcção à meta. Quase plano, apenas as ligeiras subidas após a pista de atletismo, as subidas e descidas no parque com a lama e a gravilha a requererem sempre atenção aonde estávamos a colocar os pés, e o sol que apareceu às 10 em ponto, foram as únicas dificuldades. 
De destacar que estes eventos, para além da actividade em si, nos proporcionam a experiência singular de correr sem trânsito e de ter 1999 camaradas corredores à nossa frente, atrás e ao nosso lado, numa serpente gigantesca que encheu momentaneamente as largas avenidas da Alta de Lisboa.
A organização brindou-nos com a t-shirt e dorsal da praxe, um fantabulástico íman do evento e um saquinho catita com o lanche e recuerdos. De destacar pela negativa só a falta de organização na entrega dos prémios. Ao invés de se entregarem os prémios do 3º para o 1º classificado, inverteram o protocolo. E depois repetiram até à exaustão com os brindes dos patrocinadores, sendo que cada atleta no pódio levava no mínimo 3 pares de beijos da mesma pessoa que lhe ia entregar o troféu, flores, um prémio, outro prémio, enfim, um pouco de amadorismo na parte mais "profissional" da coisa.
Quanto ao meu resultado, que me deixa extremamente orgulhoso, concluí em 1.01'23'' e terminei num honroso 1351º lugar de entre 1943 concorrentes que terminaram. Tendo em conta que parti nos últimos 200 ou 300, não foi nada mau. Fiquei com vontade de repetir a façanha para melhorar o meu tempo. De qualquer modo, e porque começar terminar já é vencer, ficam os meus parabéns a todos quantos participaram neste evento. Na 6ª Corrida do Aeroporto, lá estarei.

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