domingo, setembro 29, 2013

Autárquicas 2013 - Uma análise objectiva e nada facciosa II

Redondo - O meu Concelho é dos menos emocionantes. É só saber por quantos ganha o MICRE. Mas eles devem estar nervosos, porque por via das dúvidas há material de propaganda (cópias de boletins de voto já com a cruzinha preenchida sugestivamente no partido do regime) nas carrinhas das Juntas que vão recolher e deixar os eleitores mais idosos nas urnas. É a democracia à boa maneira Norte Coreana a trabalhar. Bravo!
Quanto à oposição, prevejo um excelente resultado do meu amigo David Grave, e gostaria sinceramente que fosse eleito vereador. Em segundo dever-se-á manter o PS, possivelmente mantendo ou perdendo alguns votos. O PSD reduz-se à sua insignificância local, tendo como maior mérito o candidato...que é do CDS! A CDU subindo a votação, deverá contar com alguns votos que foram PS e/ou MICRE há quatro anos.
Lisboa - António Costa deverá dar uma real coça num Fernando Seara que representa tudo aquilo que detesto no poder local. Saltitão de Sintra para a capital, com a cagança e soberba que leva a pensar "se sou bom presidente de câmara em local X, sê-lo-ei em qualquer local". Mais que lamentável, desprezível. Interessante será também verificar a disposição e cor do mapa de freguesias da capital depois de mais de metade desaparecerem.
Alandroal - Este Concelho pequeno em população e grande em área tem emoção, pelo menos. Ao contrário do meu, por exemplo. O MUDA, no poder, foi derrubado via Tribunal Constitucional pelo DITA do candidato ex-poder, que perdeu a Câmara há 4 anos por escassos 7 votos. Ora quem vai ficar com o menino nos braços, leia-se ganhar, é a CDU, sendo a incógnita o resultado do PS. Os votantes PS de há quatro e oito anos vão seguir o partido ou o gajo que pagava viagens a Cuba (do Fidel, não a do Alentejo) e bilhetes para a tourada a (quase) toda a gente? Mais logo às 20 saberemos.
Faro - Derreto-me a ver os meus amigos e conhecidos a fazerem campanha pelo PS e PSD locais, muito embora duvide que as suas posições e convicções políticas tenham alguma coisa a ver com algo parecido com ideologia ou o bem da comunidade. O candidato do PSD e actual vereador aparentemente parte em vantagem, mas a gestão camarária nos últimos 16 anos foi alternada entre PS e PSD a casa 4 anos. A juntar o empate técnico das sondagens, serão os indecisos e convertidos de última hora a fazer a diferença. Em Faro não tenho preferidos, mas também não tenho nenhum ódio em particular.
Porto - Ahhh...a grande incógnita do dia, a par talvez, de Sintra e de um ou outro município mais populoso e mediático. O que vale para Seara vale para Menezes, com a agravante deste último ser médico e estragar vidas em vez de as salvar. Mais um saltitão do Coelho que está a roer as unhas enquanto roga pragas ao seu antecessor que acusa de traidor, muito embora tenha sido um dos autarcas mais consensualmente considerado dos melhores dos últimos anos, por apoiar a candidatura independente de Rui Moreira, apoiada pelo CDS, o fulano em quem eu votaria se estivesse recenseado no Porto. Candidato do PS incompreensivelmente fraquinho e desconhecido, um ex-presidente com 2% nas sondagens que seriam muito úteis a qualquer um dos outros candidatos, vale tudo para baralhar as contas. Com o Porto não me comprometo, mas gostava imenso duma vitória de Rui Moreira.
De resto, Sintra (um ex-CDS a reconquistar para o PS a segunda autarquia mais populosa do país?), Loures (a CDU reconquistar com um peso-pesado uma das fronteiras de Lisboa?) e outras continuam em aberto para surpreenderem uns e desiludirem outros depois das contagens! As dos caciques, Oeiras, Gondomar e Felgueiras, deveriam ser case-studies de estupidez popular e bacoquice local, com as candidaturas de estilo estalinista de culto aos NÃO candidatos, impedidos pela lei ou pelas grades de se voltarem a sentar no poleiro.
A nível nacional, a grande vencedora vai ser a CDU (embora não em termos absolutos, obviamente) porque vai voltar aos bons velhos tempos quando recuperar uma boa dúzia de autarquias. Só no Alentejo perspectiva-se que Évora e Beja, capitais de Distrito praticamente dadas como perdidas pelo PS, Alandroal, Grândola, Aljustrel e Vila-Viçosa mudem de cor. O grande perdedor vai ser, obviamente o PSD, com a perda de municípios importantes, capitais de Distrito e não só, sendo que ganhar o Porto por uma unha negra não pemitirá disfarçar um mau resultado (quando digo não permitirá disfarçar, é óbvio que permite porque é o que os líderes partidários melhor fazem no pós-eleições: discursos de vitórias morais mesmo que tenham perdido votos ou não sejam os mais votados). O CDS deverá contar com as já existentes ZERO autarquias e a grande dúvida é se o PS consegue inverter a tendência e reconquistar a maioria de municípios, o que duvido.
Até às 19 podemos decidir em democracia o futuro próximo das nossas comunidades locais! Votem bem, em 2017 o circo volta!








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