sábado, junho 07, 2014

Dia D - O Dia dos Dias


Em 1944, Estaline há muito que pressionava os seus aliados ocidentais Churchill e Roosevelt a abrir uma frente de guerra na Europa, com o intuito de lhe aliviar a forte pressão que Hitler colocara às portas de Moscovo. Estalinegrado e outras cidades soviéticas estavam completamente destruídas e, muito embora Estaline tivesse assinado em 1939 o Pacto Molotov-Ribbentrop com Hitler (que determinava 5 anos de paz entre as duas nações e a divisão futura da Polónia), este último havia-o traído invadindo a URSS 3 anos antes, naquele que terá sido a pior decisão militar de Hitler. Estaline então passou a lutar contra a Alemanha Nazi, e em sintonia (ainda que pouca) com os Britânicos e Franceses. Os Americanos só entraram na resfrega no final de 1941, após o ataque japonês à base havaiana de Pearl Harbor.

Há 70 anos atrás foi posto em prática o maior plano de mobilização militar jamais idealizado: 

                                           


O Objectivo - The Day of Days
Invadir o Velho Continente e obrigar a Alemanha, imediatamente após a derrota de Estalinegrado, a combater numa frente Oeste, libertar Paris e toda a França livre, e abrir caminho para marchar sobre a Alemanha Nazi de Adolf Hitler. 

A Diversão - Operation Body-Guard
Sob o nome de código Operation Fortitude os Aliados fizeram lançamentos de bonecos para-quedistas, mensagens de rádio genuínas, e lançamentos por bombardeiros de limalhas de ferro e detritos (para os radares alemães lerem que grandes massas se deslocavam na sua direcção), assim como o rumor de que Patton iria chefiar a invasão, fizeram os alemães acreditar que esta teria lugar mais a Norte, em Calais, no ponto mais estreito, e portanto de mais rápido acesso à costa, do Canal da Mancha. Hitler ordena ao seu mais reputado estratega que planeie e execute a defesa em Pas-de-Calais: um contrariado e cansado Erwin Rommel, convicto que estava que o ataque Aliado seria mais a Sul, na Normandia.

A Primeira Vaga - Operation Neptune
À Hora H -5, nas primeiras horas do dia 6, 1200 C-47 levantaram vôo de inúmeras bases aéreas britânicas e atravessaram o Canal da Mancha por cima de nuvens pesadas. Transportavam 15 000 pára-quedistas que seriam lançados por trás das linhas alemãs, para efectuar manobras de guerrilha e tomar objectivos estratégicos, tais como estradas, pontes, diques e linhas férreas. Embora tenha havido inúmeros erros de navegação e ausência total de comunicação entre os aviões e o comando, o que fez com que a maior parte do efectivo saltasse disperso sobre os seus objectivos, pelo meio-dia de dia 6 os airborne americanos, britânicos e canadianos tinham tomado a maior parte dos seus objectivos e contactado as tropas de infantaria que desembarcaram nas praias.



A Invasão - Operation Overlord
Projectada por Eisenhower a pedido de Roosevelt e Churchill, liderados por Montegomery e Bradley, 160 000 soldados transportados em 14 000 barcos atravessaram o Canal da Mancha e desembarcaram em 5 praias normandas, nomes de código Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword. O fumo negro dos canhões de mais de 1200 navios de guerra ao largo, cobriram o céu nublado daquele dia e destruíram grande parte das defesas alemãs. Nas praias normandas pereceram "apenas" 4000 soldados aliados (2000 dos quais em Omaha Beach), um número incrível perante uma defesa fixa, sólida e com vantagem no terreno. A resistência alemã foi quase totalmente aniquilada e apenas em Omaha Beach, por causa do mau tempo e correntes fortes não pôde ser dado apoio de artilharia às tropas, que desembarcaram a cerca de 100 metros da praia e se tornaram alvos fáceis para as defesas alemãs.

                                           

O Resultado - Ao fim de poucas horas passadas sobre a Hora H do Dia D, as tropas aero-transportadas americanas diziam a piada "Hitler fez muito bem em ter construído a Muralha do Atlântico, mas esqueceu-se de lhe colocar um telhado." A 25 de Agosto os Aliados concedem ao General Leclerc a honra de entrar vitorioso em Paris e libertar a cidade do jugo Nazi. A II Guerra Mundial extender-se-ia ainda por mais 8 meses na Europa, e 13 no Pacífico, mas foi graças à Invasão da Normandia que se deu o ponto de viragem do maior conflito bélico da História da Humanidade. 



Para que a Memória não se esvaia...

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