sexta-feira, junho 30, 2006

Com amigos destes...

Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu e da Associação Nacional de Municípios (entre outras instituições é claro, autarca que se preze tem que presidir a pelo menos uma dúzia de organismos fúteis) teve na passada segunda-feira uma saída infeliz. Na Assembleia Municipal o autarca incentivou os seus patrícios a receber «à pedrada» os fiscais do ambiente, aparentemente por estes atrasarem com multas e interdições diversas obras da autarquia e das freguesias. Passados 3 dias o eco das suas declarações fez-se ouvir. Jornais e rádios dão-nos a notícia da "boca" escandalosa! Quinta-feira já seria tempo de semelhante assunto começar a cair em esquecimento. Pois bem, em vez disso, eis que surge aquele senhor, aparentemente eleito democraticamente Presidente do Governo Regional de um arquipélago português que não os Açores (num país com 10 regiões "não" regionais) e que responde pelo nome de Dr. Alberto João Jardim, dizer que está solidário com o Dr. Fernando Ruas, como amigo e como companheiro de partido, e que todos os militantes do seu partido deveriam igualmente exprimir a sua solidariedade para com o autarca viseense. Porque segundo ele, os órgãos de comunicação social ao divulgarem aos cidadãos declarações dos seus governantes estão metidos "na máquina de propaganda governamental" do, obviamente, "guvérn du cont'nente". Os jornalistas, esses, qual censura do Estado-Novo-Versão-Socialista-Mas-Que-Governa-À-Direita interpretam tal declaração como um recado para o próprio partido. Confrontado com tal questão Jardim responde «quem quiser enfie a carapuça». Já foi mais mordaz e original o veterano da peixeirada política nacional, estará a perder qualidades? Espero que não, quero ter razões para rir e chorar mais uns belos anos!
Tudo isto para dizer que se estivesse na pele de Fernando Ruas provavelmente estaria a abanar a cabeça e a pensar que isto sim é o castigo por ter soltado tal desabafo. Numa altura em que o próprio já admitiu a gaffe tendo dito que não esperava que tal frase pudesse ter tido a repercussão que teve e causado tão grande polémica, parece que o estou a ver, espalmando a mão na testa, só que em vez de pensar "Esqueci-me de jogar no Totoloto!" pensando "Agora é que deu merda!"
Com amigos destes...

terça-feira, junho 27, 2006

PARABÉNS BRUNO!



Parabéns!!! Este jovem cuja foto eu gamei do site da União Ciclista da Maia é o mais recente campeão nacional de estrada de ciclismo, no escalão de Elites! E é do Redondo pois então! O nosso Bruno Pires não pára de nos orgulhar e a sua curta carreira já está recheada de êxitos. Aqui no IMPERIVM não podia deixar de lhe fazer esta simples homenagem e torcer para que continue a ser campeão! "Amanhã" é já a Volta, depois o Tour, e em 2008 as "Olimpiques"!!! Exemplo de querer e determinação, o primeiro Alentejano campeão nacional de ciclismo é a prova de que esta terra tem muito para dar ao país, embora infelizmente às vezes não pareça, e em especial a nossa querida vila! Já agora avanço aqui em primeira mão que a formação do Barbesa BTT Club está para breve. Depois avançarei as novidades. Até lá quem vai avançar estrada fora com os adversários lá atrás de língua de fora é o nosso Bruno Pires. FORÇA CAMPEÃO!!! AVÉ!

segunda-feira, junho 26, 2006

Conseguiremos?

Ontem quase chorei. Não percebi muito bem. Porquê? Por causa da bola! Que mau não é? Os homens são assim... Mas "por causa da bola" é uma resposta demasiado curta. Dei por mim às tantas da manhã a ver os resumos dos jogos do mundial. Tinha aquele sorriso estúpido de "A vida é bela" no rosto e os olhos húmidos enquanto via na televisão os festejos na ressaca do último jogo da selecção. De Norte a Sul do país, arquipélagos e comunidades emigrantes os portugueses estavam eufóricos. Incontroláveis. Ganhámos à Holanda nos oitavos-de-final do Mundial 2006. Misteriosamente a História repete-se. Ganhámos no Euro 2004, voltámos a ganhar ontem! Agora aparece-nos a Inglaterra, outra vez! Estes dois países, acerca dos quais temos um imenso complexo de inferioridade não têm tido muita sorte no que ao futebol diz respeito, nos últimos anos. Ingleses e holandeses já foram para casa 4 vezes à conta dos Tugas. No Sábado irão, esperemos, pela quinta. Há 500 anos deixámos de ser uma potência muito por culpa destes dois países e do nosso próprio demérito. Hoje somos nós os piratas e corsários que se degladiam num relvado, onze para cada lado, o saque é uma bola e tem ficado connosco porque a tratamos melhor. Ironicamente (porque é a figura de estilo mais presente na vida, digo eu) foi um brasileiro quem cometeu a proeza de unir o país de roda de uma bandeira que não é a sua. Scolari devia ser condecorado tantas vezes quantas vitórias tem ao leme da nossa selecção. Afinal acho que não é a selecção de todos nós porque ainda há para aí uns todos nós com dor de cotovelo do brasuca. Mas se for a dele e se for campeã será a de todos nós pois então. Nós os Tugas somos assim!! Até lá não vou regatear esforços (leia-se gritos, fé e fervor patriota) para ver aqueles cromos a levantar a Taça.
Ontem o jogo foi o mais indisciplinado da história dos Mundiais. 4 vermelhos. Todos bem mostrados na minha opinião. Faltaram mais. Um deles pecou por tardio (Boulahrouz devia ter sido expulso com vermelho directo aquando da entrada sobre Cristiano Ronaldo logo aos 7 minutos), Snjeider também devia ter sido expulso pelo empurrão a Petit e Cocu devia ter visto o amarelo depois de ter atirado Deco ao chão. Também Nuno Valente se safou já que a entrada assassina sobre Robben foi já com o jogo parado. Este lance juntamente com a bola na trave logo a abrir a segunda parte foram os momentos de sorte da equipa lusitana, na minha opinião. Depois os nossos corações sofredores fizeram o resto. Sofrer sofrer sofrer e bola p''á frente. Ricardo conseguiu manter a baliza inviolável e a festa foi nossa. Nos cafés qualquer incidência do jogo era motivo para uma explosão de alegria semelhante ao golo de Maniche, desde o mais discreto drible de Simão e Figo às defesas de Ricardo, passando é claro pelos cartões mostrados aos holandeses, lances ganhos pela defesa e finalmente ao derradeiro apito do árbitro mais contestado da competição até agora, o russo Valentin Ivanov. Parafraseando Nuno Gomes, "Os humanos erram como as pessoas" e embora este seja para mim um dos árbitros que mais gosto de ver apitar ontem teve, de facto, um dia mau. Sorte a dele que ganhámos senão a senhora sua mãezinha não teria concerteza uma reputação imaculada por terras de Portucale.
Agora não consigo deixar de me interrogar. Perante tamanhas manifestações de patriotismo e juras de amor eterno à bandeira, por que não conseguimos ser assim com tudo o resto neste cantinho? Coerentes e determinados, unidos e confiantes. Continuaremos então a ser mesquinhos e desconfiados? Preguiçosos e maldizentes? Quanto a Sábado, é comer bifes e beber chá! AVÉ!

sexta-feira, junho 23, 2006

Dar a mão (quase) à palmatória

Este é só para não dizerem que eu escrevo posts muito grandes e que não dão vontade de ler... 'tá bom assim?????

terça-feira, junho 20, 2006

Eu gosto é do Verão!

Chegou o Verão! Esta é, segundo os físicos, desde Copérnico a Bohr, a noite mais curta do ano. Solstício de Verão. Pelos Al-garbs, mais propriamente Gambelazzzzz-Faro!, a idéia que o Verão já chegou já aparece há algum tempo. Na semana passada a derradeira tentativa de nos fazer pensar o contrário: chuvas e trovoadas. Mas nem assim. Por mim andei sempre de calçanito e manga curta. Ou não fosse eu de BMP mas isso são outras conversas...
De qualquer das maneiras é Verão. E como se nota isso? Das mais diversas e variadas maneiras. É sobre isso que preciso de desabafar! Para mim Verão é Verão quando...
Do ponto de vista metereológico (Lógica do meteorito, "portantes"):
Ficam 40º C à sombra (e ninguém é obrigado a estar à sombra);
Anoitece depois das 8 da noite;
Não se pode ir às aulas com calor;
Não consigo dormir com calor;
Não consigo dormir com as mosquitas de roda de mim;
Não se pode sair de casa de dia sem as gafas escuras (sem comentários);
Bebo 2 L de água fresca por dia;
As camisolas ficam molhadas e colam-se às costas;
Entro no meu carro e perco imediatamente 2kg;
Saio do meu carro e invariavelmente me queimo;
Faça o que fizer quando acabo estou todo suado;
Chego a casa e a primeira coisa que faço é despir-me;
Do ponto de vista do socialite;
As esplanadas estão cheias (mas mesmo cheias) de noite e às moscas de tarde;
Apanho torcicolos a olhar para a quantidade de decotes e mini-saias que pululam na rua;
As mines no café sabem melhor que nunca;
"Cafézada" no Havana torna-se rotina;
Arranja-se sempre companhia para ir para a praia ou para o Slide&Splash;
Toda a gente bebe um glassé e eu continuo-me pelo "cafézinho";
Toda a gente de Havaianas e eu de sapato de vela ou "sapatinho do peixe-aranha";
Aparece a cãozoada toda na rua mais os seus donos irresponsáveis;
Do ponto de vista das condicionantes sazonais:
Todos os recantos do meu carro têm areia;
Tomo banho e água fria e não me importo (tanto);
Ressaco da bola e leio todos os dias o Record sedento de novidades do meu Verdão;
Estuda-se para os exames na praia (tá bem abelha...);
Não se estuda para os exames na praia;
Estuda-se muita coisa gira na praia;
As bolas de vólei e rugby tornam-se inseparáveis da minha pessoa;
Até dá gosto entrar na Zara só por causa do ar condicionado;
Como gelados e pergunto-me se gosto mais de gelados ou castanhas assadas;
Todos os Sábados em algum local em que passe cheira a sardinhas assadas;
A quantidade de meninos da cidade no Algarve aumenta exponencialmente;
A minha bonita terrinha fica (ainda mais) deserta;
Os sapatos ficam colados no alcatrão;
Todos os fins-de-semana há corridas de toiros;
Todos os fins-de-semana há festinhas e romarias com mines a €0.35;
Começo a saber de cor os cartazes dos festivais de Verão;
Ardem 5% do país e os Telejornais abrem todos os dias com notícias de incêndios;
Os Edredons vão para a lavandaria;
Aparecem novos personagens nos Morangos Com Açúcar;
Recordo com saudade os Jogos Sem Fronteiras e a voz radial de Eládio Clímaco;
O Goucha, o Malato e a Fátima Lopes começam a fazer directos dia sim dia sim de Gelsenkirchen, Toronto e Caracas;
Digo a mim mesmo que;
«este ano é que vou ao Sudoeste»
«este ano é que vou à Telha»
«este ano é que pego um toiro»
«para o ano é que vai ser: vou às S. Fermín!!»
«este Verão é que me vou apaixonar a sério por uma menina decente e parar de "comer gajas"»;
«para o ano quero ter férias e vou fazer tudo por frequência»;
«para o ano já vou ter guito para passar férias no estrangeiro»;
«vou fazer deporto todos os dias mas "só depois da hora do calor"»
E muito muito mais...
Se quiserem deixar mais alguma sugestão para acrescentar à lista fiquem à vontade. Caríssimos, bom Verão para todos, boas férias, muitos copos, Boas Festas pelo corpo todo, façam a fotossíntese e pode ser que tenham um bronze tão "barato" como o meu!AVÉ!
PS: Pago uma mine a quem decifrar a do "barato"!

segunda-feira, junho 19, 2006

Mundial!

Dez dias depois de começar o Mundial de Futebol Alemanha 2006, à boa maneira tuga/alentejana/à-roma eis que me disponho a escrevinhar algo sobre o acontecimento mais importante do ano. Sim! Por muito que custe a admitir a muito boa gente o Mundial é o acontecimento mais importante do ano. Nem que a Madre Teresa de Calcutá, o Gandhi e Jesus Cristo ressuscitassem iriam a abafar a mediatização que gira à volta dos 22 malucos que correm atrás de uma bola por uns belos 5 kilos de ouro maciço! E se por acaso o fizessem seria para ou apoiar as suas selecções (Macedónia, Índia e Palestina, respectivamente) ou para comentarem os jogos sob o ponto de vista da paz e amor entre os hooligans para as televisões dos seus países.
Com 10 dias de mundial, uma porrada de jogos e ainda mais de golos, as conversas giram em torno da barriguinha do Ronaldo, do feitiozinho do Cristiano Ronaldo e do sorriso do Ronaldinho Gaúcho que já não é tão grande depois do jogo com a Croácia. Dica para ter um aspirar a um futuro prometedor como jogador da bola: pôr qualquer-coisa Ronaldo, Ronaldo qualquer-coisa ou simplesmente Ronaldo aos filhos, dar-lhe uma bola, esperar 20 anos e viver dos rendimentos!
Os Alemães são favoritos e como se isso não bastasse jogam em casa. Como disse Gary Lineker, Mr. Fairplay, o futebol são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha! O Brasil, sagrado pentacampeão há 4 anos na final de Yokohama, precisamente frente à Alemanha é o favoritíssimo na bolsas de apostas mas o famoso "quadrado mágico" de Parreira não pareceu resultar no jogo contra a Croácia e hoje contra a Austrália também deixou muito a desejar. Já que falamos em "geometrês", é caso para dizer que só um vértice estava lá (Káká), as arestas não existiram muito por culpa do meio campo dos Balcãs e dos Cangurus, e os outros vértices estavam ou gordos (Ronaldo), ou desinspirados (Adriano) ou sem espaços (Ronaldinho). A Argentina, (acabou de pregar 6 na Sérvia Montenegro) parece ser das favoritas a que practica um futebol mais esclarecido e produtivo. O cinismo italiano revelou-se uma vez mais frente ao Gana mas com os EUA nem contra nove conseguiram ganhar, e a Espanha aparenta estar mais unida que nunca (o que não é díficil, é só estar um bocadinho unida) para discutir contra tudo e contra todos, prova disso os 4-0 à Ucrânia de Shevchenko, apontada como uma das potenciais revelações da prova. Mas a procissão ainda vai no adro e muito está por jogar. Às selecções americanas Carlos Queiroz não preconiza um futuro áureo e o que é facto é que parece ter razão quando afirma que na Europa ganham os Europeus (França em 98: Alemanha no Itália 90; Itália no Espanha '82 etc...). A Costa Rica, Paraguay, Polónia, Costa do Marfim, Sérvia e Montenegro e Irão estão de fora à segunda jornada, os Estados Unidos começaram com um grande pé esquerdo, Trindade e Tobado não parece capaz de discutir o que quer que seja muito embora o espírito com que disputou os jogos frente a Suécia e Inglaterra tenha sido bastante elogiado. O México ganhou ao Irão mas empatou com Angola e adiou as decisões para a terceira jornada do grupo.
Quanto aos Tugas, depois de um começo hesitante mas suficientemente produtivo frente a Angola, ganhámos ao Irão com uma boa exibição mas que ainda assim soube a pouco no que aos números diz respeito. Armado em treinador de bancada mas humildemente consciente das minhas limitações cognitivas a nível futebolístico (já pareço o Gabriel Alves hã?) parece-me que temos que fazer muito mais pela vida. O golo a Angola foi a frio, e contra o Irão marcámos num remate de fora da área que não é, de longe, a nossa especialidade e de penálti. No entanto, nos últimos tempos a nossa selecção parece transcender-se com as grandes equipas e confio nos nossos jogadores e no Felipão para nos levarem longe, de preferência até Berlim.
Nesta hora de euforia nacionalista não posso deixar de enjoar com os "críticos desportistas". Não são os críticos de desporto, são os que têm criticar como o seu desporto e concerteza ganhariam medalhas de ouro se houvesse essa modalidade nas Olimpíadas. O bota-abaixo é de facto um desporto nacional. Como exemplo tomemos as críticas ao seleccionador Luiz Felipe Scolari. Estatisticamente é SÓ o melhor treinador que já tivemos: mais jogos, mais vitórias, mais vitórias consecutivas, a melhor classificação de sempre num Europeu, a melhor qualificação de sempre para um Mundial, o melhor mundial desde '66, até ver, etc... mas isso pelos vistos não chega. Ora é porque não convocou o Baía, agora também porque não convocou o Quaresma, depois porque lembra aos subordinados quem é o chefe, depois porque não dá umas orelhadas ao Cristiano Ronaldo, depois porque convoca o Costinha, depois porque os jogadores vão para a borga nas folgas, enfim! O homem parece ter um cadastro impressionante. Assim não admira não ter propostas de emprego e ter que ficar por cá. Nós, entretanto, e até ele resolver reformar-se ou procurar outros ares, temos que o gramar, e eu pessoalmente divertir-me lendo e escutando as suas declarações à imprensa e continuando a sonhar com o futebol do Figo, Deco, Ronaldo, Pauleta e companhia. Porque para isso ainda não é preciso pagar imposto... AVÉ!

domingo, junho 11, 2006

Convalescença...

Este blog encontra-se actualmente em fase de letargia escritúrica. Porém, a inspiração do seu autor mantém-se efervescente. Quem tiver queixas a fazer dirija-as ao Ânderson Luíz de Sousa (DECO), ao seu autor propriamente dito desde que pessoalmente, ao Cabo do Grupo de Forcados Amadores do Redondo, ao ganadero da Herdade das Covas ou ao departamento de ortopedia do Hospital do Espírito Santo. Os posts serão atempadamente editados com a data original do seu esgaravutanjo. Não agradeço a compreensão porque dela não preciso. AVÉ!

sábado, junho 10, 2006

I LOVE THIS GAME!

NOTA PRÉVIA: Este post foi escrito na passada quinta-feira dia 8. Devido a certos e determinados problemas de origem bovina só hoje o consegui editar. Embora já desactualizado mantenho-o como originalmente o escrevi. Quaisquer erros de conteúdo são da minha total (ir)responsabilidade e (in)competência.
No dia em que começou o Campeonato do Mundo de Futebol - Alemanha 2006 só para ser do contra vou falar de... BASKET!
É que também começaram na noite passada as finais da NBA, o campeonado mais fantástico do mundo seja de que desporto for, ou FUNTÁSTICO como diz e muito bem o nosso querido Carlos Barroca, treinador e comentador televisivo, uma autêntica autoridade no que toca à bola no cesto.
Dallas Mavericks e Miami Heat defrontam-se ambos como estreantes nesta fase da competição, o que já não acontecia há 35 anos.
Há coisa de 16/17 anos atrás comecei a ver as transmissões da NBA Magazine na TV2 salvo erro, já na altura comentadas por Carlos Barroca e pelo saudoso Prof. João Coutinho. LA Lakers (Oeste) e Detroit Pistons (Este) eram as principais equipas com as duplas de craques Kareem Abdul-Jabbar/"Magic" Johnson e Bill Laimbeer/Isiah Thomas à cabeça, respectivamente. Eu, só para ser do contra, já que o meu irmão torcia pelos Lakers e o Jaime pelos Pistons, e por me parecer que um tal de Jordan tinha estilo a afundar (vá lá saber nessa altura o que era afundar, quanto mais estilo...) fiquei-me por uns tais de Chicago Bulls, que embora equipassem de vermelho ainda tinham lá um tal de Paxton, ao qual achei graça pelo facto de ser um branco loiro, baixinho e que mandava triplos de todos os lados do campo. E "prontos". Assim foi.
Nunca mais falhei uma jogatana, quer na televisão, quer no campo da escola, onde começar mais novo, mais pequeno e mais fraco que o meu irmão e os amigos me trouxe a vantagem de evoluir mais e mais rapidamente que alguns deles. O basket, principalmente o americano (e essa história de os europeus não saberem jogar é uma grande tanga) tornou-se para mim quase uma religião, cujo auge foi a fundação/desaparecimento da secção de basket do NAR, ou, como nós carinhosamente lhe chamávamos CABRA: Clube de Amigos do Basket do Redondo e Arredores...
Um senhor chamado Phil Jackson mais um outro seu amigo chamado Tex Winter (que inventou uma chinesice chamada "triângulo invertido") viram em Michael Jordan potencial para se tornar no melhor jogador do mundo de sempre de qualquer modalidade, quais Pelés, Tiger Woods's, Johnnys Weissmullers ou Zatopeks... para tal era preciso construir uma equipa à sua imagem, à sua volta. Contrariamente ao que se possa pensar, não eram precisos os melhores jogadores. Muito pelo contrário, seriam precisos jogadores dispostos e conscientes de realizarem um papel tão importante como secundário, o que embora pareça uma antítese tem toda a lógica. Scottie Pippen, um dos melhores defensores de sempre e sempre espectacular a finalizar tornou-se o braço direito de His Royal "Air"ness Michael Jordan. Um base mediano mas forte a defender (Ron Harper) e um ressaltador como nenhum outro houve e que foi durante a sua carreira o l'enfant terrible da NBA, Dennis Rodman faziam as posições de Point Guard e Power Foward o que no basket europeu corresponde às posições 1 e 4, respectivamente. Faltava o poste alto, center, que foi ocupado por um desajeitado Luc Longley, um australiano que tinha tanto de tosco como de alto mas que, e embora parecesse o contrário a quem não perceba do assunto, teria um papel determinante em ambas as manobras ofensivas e defensivas da equipa. E como equipa não é equipa sem banco, lá, estavam entre outros Toni Kukoc, um lançador croata sempre candidato a melhor 6º jogador quando não começava nos 5 primeiros e Steve Kerr, um base lento mas tecnicista com uma visão de jogo só comparável à pontaria laser com que "enfiava" triplos para lá dos da linha dos 6,23m. Os Bulls ganharam 6 campeonatos em 8 épocas. As únicas 6 em que Jordan jogou... coincidência? Houve ainda Horace Grant, Bill Wennington, Latrell Spreewell e Charles Oakley também passaram pelas equipas vencedoras entre 91-93 e 96-98. Já agora, no interregno (Jordan abandonou o profissionalismo e jogou basebol na segunda divisão após o assassinato do pai) os vencedores foram uns Houston Rockets liderados por Hakeem Olajuwon onde pontificavam Clyde Drexler, Nick van Exel e Sam Cassell, entre outros.
Tudo isto para dizer que nunca mais o meu coração torceu por uma equipa como pelos Bulls. Na verdade, agora gosto de quase todas as equipas. Tive um fraco pelos Portland Trail Blazers quanto Arvydas Sabonis, um lituano de 2,21 m que tinha "olhos nas costas" e que chegou à NBA com 30 anos vindo do Real Madrid para ser o rookie do ano era secundado por Damon Stoudamire, Bonzi Wells, Steve Smith e Rasheed Wallace. Arbitragens vergonhosas nas finais de conferência ante os Lakers de Phill Jackson com Shaq, Kobe Bryant, Robert Horry, Rick Fox e Ron Harper roubaram o sonho do título aos Blazers. A partir daí deixei de ter equipa preferida. Jogadores como Kevin Garnett, Allan Houston, Pau Gasol, LeBron James, Yao Ming, Tracy MacGrady, Antonio McDyess, Steve Nash e mais uns quantos fazem-me perder horas de sono (ou de copos) para estar colado ao televisor a aprender e a gozar o espectáculo que o basket norte-americano oferece.
Este ano o dilema é-me colocado outra vez:
Nos Mavericks pontifica Nowitzki, um alemão que mete as bolas todas mas que defende tanto como o Baía na selecção, já merecia qualquer coisinha. E qualquer coisinha na NBA, por melhores estatísticas que se tenham são anéis de campeão, aquilo que jogadores como Charles Barkley, John Stockton, Karl Malone, Glenn Robinson, Jason Kidd e outros FUNTÁSTICOS não conseguiram ter. Marc Cooban, dono da equipa (sim, mesmo O dono, americanices...) e uma espécie de Abramovich do Texas construiu um plantel também de roda de Nowitzki mas será suficiente? Recentes estrelas como Steve Nash e van Exel foram embora, talvez por competirem com o estatuto do alemão. O ex-rookie Josh Howard é este ano o talismã da equipa (cada vez que marca 20 ou mais pontos ganham sempre), Jason Terry um base consistente que tem como suplente Darrell Armstrong também ele veteraníssimo, enquanto os gigantes Eric Dampier e DeSagana Diop mal conseguem parar os ShaqAttcks! Keith Van Horn, também já experiente no que toca a perder finais para Shaq e Jerry Stackhouse dão profundidade a um plantel que, não sendo perfeito eliminou os campeões categoricamente na sua própria casa. Como se isto não bastasse, o nível das esquipas do Oeste tem sido sempre superior às do Este, exceptuando as épocas em que Jordan (quem mais) liderou os Bulls e na de 2003/2004 quando os Pistons recordaram os velhos tempos dos finais dos Eighties.
Por outro lado, ao olhar para os Miami Heat apetece-me torcer também por Alonzo Mourning, uma espécie de Lance Armstrong do basket mas sem títulos, e companhia. Ao gigante com problemas nos rins, reserva moral da equipa, juntaram o melhor jogador do mundo na sua posição, o "Fenómeno" do basket: Shaquille O'Neal, também ele já 3 vezes campeão pelos Lakers com... Phil Jackson. Acrescentaram-lhe ainda a juventude do rookie hoje na sua terceira época Dwayne Wade, a irreverência de Jason Williams ou White Chocolat, o binómio triplos/envergadura de Antoine Walker e a experiência e capacidade de liderança de Gary Payton "The Glove" o mais veterano dos finalistas. Shandon Anderson, que também já passou pelas finais perdendo para Jordan e os seus completa os que poderão ser decisivos nestas finais.
Como tal não sei o que hei-de fazer. Vou assim torcer para que o vencido do primeiro jogo vença o seguinte e assim sucessivamente, até ao sétimo e último jogo. E mesmo assim vão saber a pouco.
Agora é hora de me colar ao televisor e me deliciar com o show que este desporto FUNTÁSTICO me oferece. I Love This Gaaame...

quarta-feira, junho 07, 2006

RIR@RIR 2006

INESQUECÍVEL!!!! Pelas mais diversas e "bariadas" razões. Confesso que poucas coisas vivi com tanta expectativa como o dia 2 Junho de 2006. Viagem Al-furreka caminho de Lisboa e lá vai ele. À chegada dou de caras com Fernando Pereira, ao qual não tive coragem de negar um autógrafo, claro. Primorosamente instalado algures entre a Avenida com o meu nome e a Gago Coutinho, ou seja, a que tem o nome do país mais comunista do mundo, e excelentemente bem acompanhado bate-se o almoço no MacDonald's do Saldanha. Tristemente, mas com o meu orgulho de campónio, desorientei-me e não achei a entrada do metro. Era uma vergonha se aquela merda não estivesse muito bem sinalizada (ironia) e não houvesse mais obras que no Ground Zero. Não há crise: desce-se o resto da avenida até Entrecampos e sempre se poupa uma estação! Não foi porém culpa nossa que ardeu o metro do Saldanha, pois nós pusémos as nossas beatas no lixo! (esta parte é a brincar, realmente ateámos o fogo e fugimos...) Cafézinho em Picoas com o futuro primeiro-ministro do nosso Portugal e regresso de Metro, destino: Bela Vista.
Embora o Parque da Bela Vista se situe na freguesia de Marvila, a última coisa de que me lembrei foi das Marchas Populares. Contemplei os famosos prédios coloridos do Taveira enquanto tentava disfarçar um sorriso à referência a um nome que me causa gosma e pensava que nem ali e num dia como aquele me livrava do meu fantasma de estimação...
À entrada, e depois de uns 6 controles tão inúteis quanto rápidos, o meu bilhete arma-se em esquisito e não passa à primeira no laser do senhor sigurança. Ia-me saindo o tiro pela culatra, depois de um belo quarto de hora a inventarmos lemas para as t-shirts alternativas tais como: "Tive p'ra IR!"; "Quase que IA!"; "Se me descuidava IA!"; "Ia INDO!" ou "Eu FUI... ao Super Bock Super Rock!".
Assim que entrámos ouvimos os tambores inconfundíveis dos Tocá Rufar e ali ficámos uns belos minutinhos a curtir o batuque. Por dentro roía-me de inveja daqueles putos, fazer parte de um grupo daqueles é outro dos projectos por concretizar. Durou até passar o grupo de batuque da Sagres Chopp, sem dúvida o que aquela cerveja tem de melhor, mais as suas quatro bailarinas feias e gordas coitadinhas. Parecia uma procissão caminho da ilha da Sagres, porque será?
Provada a Chopp, coisa horrível por sinal, espreitou-se o Hot Stage. Completamente vazio, o concerto de Hands On Approach acabara havia pouco. Descemos para ver as vistas novamente e decidimo-nos por nos aproximar do palco. Isto eram umas 6 da tarde, quando ainda faltava uma hora para começar o primeiro concerto do dia no Palco Mundo: Jota Quest. Para grande alívio, pouca gente, muito espaço. A brasileirada curtiu milhões enquanto eu me distraía a regatear com um dos amigos que levava uma mochila às costas a dizer Chopp...
O concerto seguinte foi o do, ao contrário do que se diz, pai do blues português: Rui Veloso. O nosso B.B. King naquelas condições sabe sempre a pouco. Abriu, tal como a sua carreira, com o popular Chico Fininho, que eu escutei ao longe pois tive que fazer uma visita ao "Bairro Mictório" da Cidade do Rock. O concerto, que na minha opinião não passou de morno, ainda teve alguns momentos altos em que se viram, em vez dos tradicionais isqueiros, telemóveis no ar. Sinal dos novos tempos, afinal também dão luz e permitem-nos eternizar o momento em pixels. O final foi ao som de Não há estrelas no céu, single do melhor álbum de sempre do nosso artista tuga do dia: Mingos&Samurais.
Em mim a expectativa aumentava com o aproximar da hora da subida ao palco do meu músico/guitarrista/compositor preferido. Santana é já a seguir e olho em redor na tentativa de "sentir o pulso" às cercas de 80 000 almas que se colocavam em frente do Palco Mundo. Este era um momento que eu queria guardar na minha memória e espero que por cá se mantenha, pelo menos até ao próximo concerto do homem que fala através da guitarra. Sinceramente já nem me lembro da música com que abriu o alinhamento mas isso também pouco importa. Mr. Grammy surgiu acompanhado da sua magnífica orquestra e de um versátil vocalista que não desiludia. Nas mãos, a mágica guitarra alaranjada e listada e do lado esquerdo do palco, num suporte, a sua semi-acústica que usa em alguns temas como Maria Maria. A curta hora e meia de espectáculo incluiu, como se esperava, os temas mais populares do álbum Supernatural (se quiserem ler uma brincadeira leiam um post empoeirado com o mesmo nome lá para Novembro) e clássicos como Oye como va. O tema África bamba, cujo primeiro verso é "Ella, baila la portuguesa" levou ao céu as milhares de gargantas que com ele o cantaram. E era ver, e principalmente escutar, o rock no clima da salsa, do samba e sei lá que mais... Todos sabiam-nas todas de cor, mexia-se a anca e dava-se um passinho para um lado e para o outro enquanto se escutava de olhos fechados e sorrisos nos lábios o diálogo entre o génio e a sua obra. Também já nem me lembro com que tema fechou, mas Corazón espiñado, Smooth e Maria Maria deixaram-me completamente extasiado. O fim aproximava-se e não havia volta atrás. É o grande defeito dos grandes festivais de música. Os horários são tão pouco flexíveis quanto bem cumpridos, o que nem parece nosso. Mas afinal estamos em Portugal ou não????
Com um dos sonhos da minha vida cumprido é hora de ir descansar um pouco. Onde? E porque não na ilha da Sagres??? Areia, puffs, boa companhia e uma bejeca, existe lá melhor coisa para acabar a noite? Existe mas não é Roger Waters. Fiquei com pena de ter perdido a abertura do concerto com o mítico The wall (quantas vezes já não estive eu para nas aulas me levantar e gritar: "Hey!!! Teachers!!! Leave those kids alone!! All in all you're just a... another brick in the wall... péun néun néun, néun néun néun néun néun néun...") mas as pernas já pesavam, os ouvidos já zumbiam e as saudades de trocar palavras sem ser aos berros já eram as bastantes para nos fazer abandonar o cota.
Posto isto, melhor sítio só podia ser na tenda electrónica. Ah pois foi! Danny Kravit arrepiava os discos e punha toda aquela gente a martelar o ar. No início ainda estava pouca gente, até nos podíamos sentar no chão mas quando começou a encher foi "o poder". O "pum tss ca pum" (ou pão com grão, se preferirem) estava mesmo como eu gosto e de lá não saí até se tornar insuportável e o estômago começar a reclamar insistentemente. À saída da tenda cruzámo-nos com o pessoal de BMP que também lá estava. É sempre bom encontrar rostos familiares nestes eventos e saber que partilhamos gostos. Comer um chachorro, ver as vistas finais, ligar ao Martins às 4 da manhã só para chatear e vamos embora. A pé até à Casa das Lâmpadas é num instante e lá ficámos arroxados no meu lugar cativo em casa da Soci...
Se me dissessem que uma ida ao Colombo ainda no milénio passado em busca de prendas do Dia dos Namorados (lembras-te mana?) ia dar origem a um dos dias mais felizes da minha vida, muito provavelmente não acreditaria. Depois desta pequena (grande) amostra do que foi este dia no RIR, acerca do qual mudei radicalmente de opinião diga-se, não me resta senão agradecer àqueles que mo proporcionaram a começar como é "óvio" pelo meu mano, que me deu a melhor prenda de Natal; à caloteira que quase tive que raptar, subornar e hipnotizar (para não dizer seduzir) para a convencer a ir; à Sílvia e ao Pedro pela excelente companhia que são e pelas fotos de que ainda estou à espera e é claro, à minha grande Sociate Pikena por, tal como prometido, me ter arruinado o dia com a sua presença absolutamente indispensável mais a da Ana Sofia, a quem eu tirei fotos a beber Sagres!!!!
Em 2007 e 2008 há mais e eu faço tenções de ir... AVÉ!