segunda-feira, maio 29, 2006

Surpreendentemente surpreendente? Nem por isso...

Tive há pouco uma conversa telefónica que classifico como Al-furreka! A expressão é uma private minha e de dois amigos meus para exprimir algo... Al-furreka!
"O que é que aquel gajo disse, Alforreca?"
"Sim!"
"Qual quê! Al-furreka!"
"Ah... soou mesmo a Alforreca!"
Grande Johnnny, grande Sammy!
Nesta conversa, além de me deixar mais ansioso que o que eu já ando, deixou-me também perplexo com "certas e determinadas" notícias! Daquelas que quando tomamos conhecimento delas preferiríamos não tê-lo feito, depois pensamos que sim, e depois que não, e a indefinição dura e dura que nem pilhas Duracell!!
Por norma aprendemos com os erros. Pelos menos é o que a moral e a história nos ensinam. Eu "desconcordo"! Ando sempre a fazer merda, e embora aprenda muita coisa, não aprendo a deixar de a fazer. Talvez esteja destinado a fazê-la, até quando não sei, não sei.
Se há um jogo de cartas de que gosto é de Poker. Poker e Bismarck. Porque no Poker se pode fazer bluff e prefiro fazê-lo apenas com as cartas, na vida real não. O Bismarck porque logo à partida nos limita, e cada opção que tomamos, de entre quatro possíveis, nos pode custar cara mais tarde. Ensina-nos a lidar com as consequências das nossas acções.
Às vezes a vida resolve pregar-nos uma partida e a minha é uma "brinculhona" e farta-se de me as pregar. Nos últimos tempos mais umas quantas.
Se tivesse que arranjar um "bode respiratório" teria de acusar o gajo que inventou os telemóveis, esses instrumentos que nos permitem comunicar. Às vezes, a falta de comunicação também faz bem. Pessoas que como eu prezam a comunicação e a julgam como uma das (senão a) capacidades humanas que mais nos distinguem das outras espécies animais por vezes não se saiem muito bem quando recebem das tais notícias. Talvez os restantes animais sejam mais felizes. Afinal, a ignorância é, comummente, senão motivo de felicidade, motivo de não infelicidade. Este é o dilema com que lido actualmente.
Exemplificando, há dois anos, enquanto dava 64 contos para assistir ao vivo aos jogos da selecção nacional no Euro 2004, jurava em paralelo que seria incapaz de dispender 53 €uros para ir ao Rock In Rio. Acho uma estupidez uma organização cujo lema é "Por um Mundo melhor!" cobrar esse preço e doar apenas 10% para a tão aclamada caridade, ou, como eufemisticamente lhe chamam, solideriedade social. Ironia das ironias, e depois de perder anos de vida naqueles estádios e ter ter tido o coração do tamanho de um átomo, oferecem-me um bilhete para o Rock In Rio 2006. Não sendo dado a fanatismos, nesse momento decido qual é o dia em que quero ir. Quero ir ver Carlos Santana, "Mr. Grammy", o homem que fala através da guitarra. Pelo Natal de 2005 era um dos quatro nomes confirmados para o RIR 2006. Meses depois, conhecido o cartaz, não consigo arranjar companhia. Ainda ponho a hipótese de ir sozinho. Ainda que fosse engraçado para engatar umas gajas "Ah e tal, tou sozinho, tadinho de mim, não me me fazes companhia e coiso?", não aguentaria não ter ninguém conhecido para partilhar a experiência. A experiência que neguei há dois anos. Uma daquelas que não faz sentido viver sozinho, acho eu! Depois lá arranjo companhia. Demasiada até. Sem desconsiderar, não era a que preferencialmente escolhia. Mas também não escolhi milhares de outras coisas que tenho que todos os dias gramar e das quais, muitas até, até gosto.
Até ver, vou ter a companhia que nem eu sabia que queria. Hoje relembraram-me mais uma vez que a vida dá muitas voltas, e que este belo planeta azul em que vivemos é mais pequeno que uma "bolinha de keinker". Tudo isto entre sorrisos e gargalhadas telefónicas, ingénua e inocentemente.
Para aqueles que têm a mania da perseguição e que quando, como hoje, escrevo no IMPERIVM algo que ninguém percebe, hoje sim esses podem ter a certeza que pensei neles sem ser como reacção às suas atitudes de gato escaldado que tem medo de água fria. Hoje, enquanto dormiam descansados e de consciência tranquila eu era posto em xeque por algo de transcendente: Deus, o Cupido, a Alice (a do Lewis Carroll), o penteado do Paulo Bento, a percentagem de etanol das Abadias ou a minha própria estupidez!
Hoje podem ter a certeza que pensei em vocês, que se tentam fazer de fantasmas. Porém, e como disse Rómulo de Carvalho aka António Gedeão "(...)Sempre que um Homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida nas mãos de uma criança(...)"!
Hoje, a criança sou eu!AVÉ!

domingo, maio 28, 2006

Portugal 4-1 Cabo Verde


Estou a rebentar de orgulho! Orgulho de ser PORTUGUÊS, orgulho de ser ALENTEJANO! Hoje, pela primeira vez na história, a selecção de todos nós disputou um jogo no nosso ALENTEJO! Escusado será dizer que foi uma festa. Claro que seria uma festa em qualquer lado, na Amadora então nem se fala, mas isso seria dum outro ponto de vista.
Há 3 meses atrás começou-se a construir o novo complexo desportivo do Lusitano Ginásio Clube, essa hedionta instituição, que juntamente com o seu rival Juventude Sport Clube teima em adiar a concretização da esperança que é ver uma equipa de futebol profissional de Évora no primeiro escalão do futebol tuga. Mas isso também é outra conversa. Há 3 meses dizia eu, onde há agora o que já se começa a parecer com um complexo desportivo não havia nada. A decisão de ser Évora a acolher o estágio de preparação da selecção nacional para o Mundial da Alemanha catalisou a construção do estádio. Bancadas amovíveis foram colocadas para poderem suportar as cerca de 10 000 pessoas que quiseram apoiar ao vivo e a cores os nossos heróis. Os Alentejanos, estereotipados de preguiçosos, não pouparam esforços, e deram o exemplo de como é possível fazer depressa e bem no nosso cantinho à beira-mar plantado. É verdade que podia ser melhor, os acessos ainda não estão completos, levamos um banho de pó só para lá chegar, a sinalização é fraca, e os prometidos autocarros não davam vazão a tanta gente. Mas ninguém esmoreceu. O espírito de um jogo das quinas é diferente de qualquer jogo de clubes. Só quem já viu a selecção ao vivo o consegue descrever. O caminho para o estádio, feito de carro, autocarro ou a pé, é uma autêntica passerelle. Cachecóis, bandeiras, lenços, apitos e inumeráveis outros artigos de propaganda patriota são exibidos com orgulho pelos adeptos. Em minoria, os adeptos rivais são desportivamente cumprimentados, até mesmo com alguma condescendência, como se à partida já fossem levar 3 no papo. Na maior parte das vezes acontece...
Ouvem-se os batedores da GNR ao longe e esticam-se os pescoços para ver passar o autocarro mais valioso do mundo, bem lá ao fundo. Mais uns quantos batedores e ele aí vem, verde e rubro, uma mancha amarela, a esfera armilar, símbolo do mundo que descobrimos há 500 anos e que agora nos dispômos a conquistar à força de pontapés na bola. À chegada ao estádio, para além de t-shirt, cachecol, boné e mega bandeira caída sobre as costas, já vamos atafulhados de material promocional dos patrocinadores e parceiros da Federação: telefónica, combustíveis, internet, bebida, enfim, uma panóplia de empresas que quer fazer do sucesso desportivo daqueles onze magníficos o seu sucesso comercial.
Uns 20 minutos na fila para entrar e eles aí vão, cânticos ensaiados, bandeirinhas no ar e sorrisos nos lábios. O nervoso miudinho passa a graúdo e a ânsia de que o jogo comece é grande. Imagino a dos jogadores! A bancada parece um castelo de cartas, mas felizmente é só aparência, de facto é pura engenharia. Procuramos os nossos lugares e sentamo-nos a admirar o ambiente. A claque adversária está animadíssima, tambores pandeiretas e gargantas afinadas para nos darem cabo dos tímpanos. Os portugueses, bastante mais calmos, quase fleumáticos até por vezes, lá gritam pelo seu país de vez em quando. Às seis da tarde de final de Maio, no Alentejo, o Sol ainda aquece, mas nada que impeça o povão de practicar a Hola mexicana! Há vinte anos, o mais bonito fenómeno da bancada de um estádio começou no México. A nossa selecção estava lá, mas esperemos que este ano a sorte seja outra na terra das salchichas. As selecções sobem (neste caso desceram) ao relvado. Fotos e troca de galhardetes da praxe e escuta-se o hino da equipa visitante. No curto espaço de tempo entre o cessar das palmas dos cabo-verdianos e o começo d'A Portuguesa abate-se um silêncio quase tumular sobre a planície alentejana, quebrado apenas pelo ruge ruge do abrir dos cachecóis e por um ou outro adversário mais irrequieto. Aos primeiros acordes inspira-se fundo, e quando nos sai da garganta o "Heróis do Mar, Nobre Povo..." um arrepio preenche-nos por dentro. Os pêlos da nuca ficam eriçados e o coração dobra de tamanho. Canta-se de sorriso aberto e no final, "Contra os Canhões, Marchar, Marchar..." já se bate palmas e bate-se com os pés no chão para dissipar o nervoso enquanto se pensa: "Nunca me senti tão Português!". O jogo vai começar... temos que dar cabo deles!!!!!
A bola sai nossa, três ou quatro passes, bola no guarda-redes de Cabo Verde. Bola reposta, alívio de cabeça de um dos nossos centrais, meio-campo, desmarcação do Pauleta, passe, remate à entrada da área rasteiro e colocado e GOLOOOOO!!!! Não se podia ter começado melhor!! Palmas e gritos por PORTUGAL ainda não tinham acabado os primeiros e já recomeçavam.
Mas Cabo Verde, ambas claque e equipa não se deixaram ir abaixo. Pelo contrário, os jogadores jogavam com alma e pulmão, queriam mostrar-se e perante umas das melhores equipas do mundo motivação não lhes faltava. A claque, insuperável, correspondia na bancada com batuque, gritaria, danças, resumindo, muita festa! O empate chegaria a meio do primeiro tempo, aproveitando um ataque rápido e um corte infeliz do Fernando Meira, direitinho para dentro da sua baliza. A bancada quase veio abaixo. Os stewards não davam conta dos entusiásticos africanos que quase invadiam o relvado. Curiosamente ou não, os jogadores não festejaram directamente em frente aos seus adeptos, quem sabe por ter sido auto-golo, e talvez por isso a confusão não foi maior. Mesmo assim, a GNR reforçou a zona da claque africana, completamente extasiada. Portugal ainda marcou o segundo no final da primeira parte, depois de um canto do Figo e cabeçada do Pauleta. O laboratório do Felipão a dar frutos. Curiosidade do jogo foi a paragem aos 25 minutos de jogo em cada uma das partes, para os jogadores reporem líquidos e receberem indicações dos bancos. Os Alentejanos, habituados a suportar o calor imperdoável da sua terra, e estranhando a novidade, não aprovaram e assobiaram. Mas decerto compreenderam...
Na segunda parte, Petit marcou o terceiro com um belo remate a meia altura, de fora da área e Pauleta fechou a contagem na cobrança de um livre directo, a penalizar falta sobre Ricardo Carvalho, depois de grande jogada individual do nosso central. O jogo acabou mas a festa continuava à saída do estádio, bem expressa nos sorrisos dos portugueses e nos tambores dos cabo-verdianos, que embora derrotados não se inibiram de festejar.
O primeiro ensaio para Colónia estava feito. Agora falta o Luxemburgo em Metz e depois é a sério. Ao abandonarem o nosso território e chegados à Alemanha, os nossos craques vão ser transportados num belo (na realidade horrível) autocarro da Hyundai, cuja inscrição de apoio foi escrita pelo meu mano: "À janela uma Bandeira, no relvado uma Nação inteira! FORÇA PORTUGAL!". Até lá, vou continuar a respirar selecção, porque gostava de estar no lugar deles, e, uma vez lá, gostava de saber o que se sentia e escrevia deste lado. Sempre optimista, quase ingénuo, mas nunca diletante, acredito que TODOS JUNTOS seremos capazes de fazer aqueles cromos da bola o que eles são: CAMPEÕES! AVÉ!

sábado, maio 27, 2006

Dica Musical I

E portantos cá vai mais uma rubica fresquinha no IMPERIVM! Aqui há uns dias foi a literária, agora é a musical.
Durante esta semana muito reflecti sobre qual seria a melhor música para inaugurar esta rubrica. Decidi-me por uma na qual pensei na segunda-feira depois de ter recebido umas sms's Al-furrekas! Antes convém dizer que isto do escrever tem muito a ver com o estado de espírito. O meu actual á assim tipo... naquela. Como sou um rapaz simples fico feliz com pouco, é a melhor maneira das nossas expectativas não saírem defraudadas. Neste momento, embora não esteja histérico e/ou eufórico, sinto-me bastante satisfeito com o rumo que "as coisas", ou pelo menos algumas, estão a tomar. Posto isto, e porque um homem tem no seu orgulho (leia-se paciência) um dos seus supostos trunfos, a música pela qual me decidi para partilhar o meu estado de espírito com o povão é uma música munto bonita, celebrizada pelo Nat King Cole, que para quem não conhece era um preto americano (acho eu) que cantava espanhol vejam bem! O homem era do mais versátil! Eu, no entanto, e porque não gosto de modas e conformismos, aconselho a versão da Tuna da Universidade Católica do Porto que é muito marlinda, para mim, claro está, da música Quizas, quizas, quizas.



"Siempre que te pregunto
que cuando, como y donde
tu siempre me respondes

Quizas, Quizas, Quizas

Y asi pasan los dias
y yo desesperado,
y Tu, Tu contestando

Quizas, Quizas, Quizas,

Estas perdiendo el tiempo, pensando, pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando
Y asi pasan los dias, y yo desesperado
y Tu, Tu contestando

Quizas, Quizas, Quizas.

Siempre que te pregunto
que cuando, como y donde
Tu siempre me respondes

Quizas, Quizas, Quizas

Estas perdiendo el tiempo, pensando, pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando
Estas perdiendo el tiempo, pensando,pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando
Y asi pasan los dias, y yo desesperado
y Tu, Tu contestando

Quizas, Quizas, Quizas.

Siempre que te pregunto
que cuando, como y donde
Tu siempre me respondes

Quizas, Quizas, Quizas.
Quizas, Quizas, Quizas.
Quizas, Quizas, Quizas."
E macacos me mordam e cucos me ladrem se a única pessoa para além de mim que tem efectivamente uma palavra a dizer sobre esta minha dica abrir a boca! Provavelmente nem irá perceber...AVÉ!

quinta-feira, maio 25, 2006

Desinteressantemente

Ora hoje tenho vontade de escrever. A bem dizer tenho quase todos os dias. Mas hoje, sim tinha que ser hoje, teria de escrever algo aqui no belo do blog. E como tento sempre escrever algo recente ou que o autor ache que valha pena, hoje, por ser este belo dia de hoje, e por respeito e consideração a mim próprio (e não vale perguntar porquê) escrevi algo completamente estúpido e desinteressante. Já está!

terça-feira, maio 23, 2006

Quando for grande quero ser como eles

Terça-feira, 16 de Maio de 2006: depois de quase 6 anos encerrada, a Praça de Toiros do Campo Pequeno, um dos ex-líbris da cidade de Lisboa, reabre ao público com pompa e circunstância. À actualidade, e tratando-se de Lisboa, esta expressão é sinómino de La Feria show e assim foi. Um espectáculo digno, grandioso e bonito. Escadarias a montes, tambores aos pontapés e numerosos bailarinhos com coreografias maricosas a dar um ar ainda mais imponente àquele magnífico espaço. Pelo meio, e à maneira da Carmen, um toiro lidado pelo cavaleiro Luís Miguel da Veiga e pegado pelo Grupo de Forcados Amadores de Évora com música por todo o lado, desde o fado às sevilhanas, passando pelo infalível Paso Doble. Como se trata de Portugal, festa não era festa sem uns milhares de VIP's, desde aqueles que toda a gente conhece mesmo que não saibamos o que fazem da vidinha além de aparecerem nas festas e revistas cor-de-rosa, até àqueles que sabemos o que fazem mas não percebemos que raio estão a fazer naquele local. A RTP1, a única estação que realmente faz serviço público em Portugal, fez uma mega-cobertura mediática à cerimónia, o que incluía entrevistas a todos e mais alguns que pisavam a passadeira rubra, sempre sinal de luxo ainda não percebi muito bem porquê...
Num dos pontos de reportagem estava a sempre bela Sílvia Alberto, a nova menina bonita da televisão estatal. Eis que aparece a rainha (sem coroa) do jet-set nacional, a sempre incisiva e brilhante Lili Caneças. Depois de referir umas 29 vezes que o "Campo Piqueno" era isto e aquilo e o outro, Sílvia Alberto lança-lhe uma pergunta carregada de sagacidade, algo de extremamente interessante para o futuro do País e da Humanidade, algo transcendente a questões triviais como o preço do barril do petróleo de Brent ou o aquecimento global e consequente alargamento do buraco na camada do Ozono; essa pergunta era algo do género: "Ah e tal, isto agora tem lojas e coiso, na volta inda vens p'raqui esturrar o guito que tens sem ninguém perceber muito bem porquê e o camandro...". OK, não foi bem assim a pergunta mas eu só decorei a resposta, em relação ao novo centro comercial no sub-solo da praça, a graciosa Lili respondeu, e atentem nas palavras por favor:
"Olha quem sabe, como se sabe toda a gente sabe
que gosto muito de fazer compras em blábláblá..."
SIM! Foi esta a frase. O blábláblá substitui a porrada de nomes de marcas de lojas que a senhora referiu como sendo as suas preferidas e que claro, para além de Londres, Paris e Milão, abriram agora no Campo "Piqueno". Em relação à aliteração em "sabe", tentei pensar e escrever alguma coisa mas não consegui. Pelo menos do ponto de vista do sarcástico-gramatical. Sem comentários! Quem sabe para a próxima...
Mas não ficamos por aqui!
Terça-feira, 23 de Maio de 2006: No Estádio Municipal de Braga, da autoria do arquitecto Souto Moura (não é o PGR, é o mano, o amigo do Siza) e a primeira construção do Século XXI a ser considerada Monumento Nacional, a selecção nacional sub-21 jogava o seu primeiro jogo no Campeonato Europeu da categoria. O adversário era a França, muito embora 90% dos adeptos pensassem que eram fantasmas, tal a convicção que a equipa das quinas iria jogar sozinha, e aviar os Franciús por menos que 10-0 seria uma vergonha. Conclusão, uma equipa de putos armados em estrelas, não jogaram a ponta dum corno, a França jogou bem mais que nós, teve a sorte do jogo e o nosso guarda-redes, que vai estar presente no Mundial da Alemanha resolveu ajudar dando um frango e fazendo o resultado final ainda na primeira parte: 1-0 para a França! A poucos minutos do fim, o comentador da TVI cujo nome não fixei e ainda bem para ele e para a sua querida família, marca o penalti do jogo:
"Mantendo-se este resultado, e se este resultado se
mantiver... blábláblá"
Ah pois é! Os directos e a emoção não são desculpas para tudo e quando se tem ao lado um mestre na arte da calinada como João Vieira Pinto não há razão para lhe ficar atrás e aqui vai disto! É que mantendo-se aquele resultado, o resultado poderia não se manter, a menos que se mantivesse aquele, claro está... Melhor melhor, só mesmo Miguel Prates, na final da Liga dos Campeões que opôs o Real Madrid ao Valência que se mandou com esta:
"Real Madrid e Valência, esta é a primeira vez que
duas equipas espanholas se encontram numa final da
Champions..."
diz o colega, ao que o gajo responde:
"Sim, e ainda por cima duas equipas do mesmo país..."
Não sei se tenho coragem de comentar. É que para tal é preciso humilhar esta gente, e Deus me livre de algum dia que eu mande umas parecidas passar impune. É que duas equipas espanholas podiam muito bem não ser do mesmo país, ora vejamos, o País Basco e a Catalunha, que têm a mania que são países! Lá está, Miguel Prates estava no fundo a dar-nos uma lição de Geografia!
Só aqui dei 3 exemplos que serão, porventura, demasiados e, no entanto, poucos tendo em conta a realidade dos constituintes dos nossos media. Eu quando for grande quero ser como eles para ter a igualdade de oportunidades de mandar calinadas na TV em directo e ao vivo para todo o mundo e se Deus quiser não as aproveitar! AVÉ!

segunda-feira, maio 15, 2006

XXI PAÍS DAS MARAVILHAS

Ah pois foi! Foi bom, muito bom até. Enquanto durou. E conseguiu até ser bom antes. Que raio de fenómeno não é? Terá sido por isso que o baptizaram de País das Maravilhas? Para mim começou ainda em Abril. Para muitos começou no de 2005 ainda. Para outros uns mesitos atrás, e para outros ainda somente no dia 5, com os belos dos Xutos a ensinarem como se faz. Gostava de ter escrito um pequeno relato do dia-a-dia deste maravilhoso evento, do qual sou um dos maiores críticos e mais encorajador adepto mas foi-me de todo impossível. Eu também já escrevo demais, tal como falo. Deste modo vou tentar exprimir a fantabulástica vivência destas duas últimas semanas:
Recebo um telefonema do amigo Hélder a perguntar se queria ir jantar "com a gente". Calculei logo do que se tratava, o jantar era a desculpa para recrutar pessoal para o trabalho. Estes patrões pá... Lá fomos bater a bucha ao Ribatejano e siga para o recinto. Nesta altura ainda era o estádio de futebol. Relvado sintético pela hora da morte, bancadas, redes, etc.. A coisa mais parecida com o que se iria tornar a casa temporária de muitos, vulgo "recinto", era planta que os "patrões" tinham na mão. E por gestos lá nos iam explicando como iria ficar transformado aquele espaço. Como se nós não soubéssemos que ia ficar exactamente igual ao do ano passado, com algumas nuances pois concerteza! Afinal, nenhuma daquelas pessoas lá tinha estado o ano passado, estes patrões pá...
Por esses dias, o passatempo preferido da malta era assar umas febras e fazer peões com o empilhador. O boato era que o "do baterista" e a "Rosinha" já viviam em união de facto dentro de uma das carrinhas . Ao fim de uns dias o pessoal já começava a fritar. Começavam-se a notar os primeiros escaldões. O Cortes demorou um dia inteiro para ligar dois "holofódeste" para acender dentro da tenda, a pedido do Vale, a tenda já tinha as coberturas, já não se via luz lá dentro nem que tivesse lá o candelabro do Scala de Milão! Foram os primeiros sintomas, a par da afonia, do queimanço cerebral dos elementos da COSA.
Na sexta, os Xutos mostraram que ainda estão para as curvas mas eu não consegui cumprir um dos meus objectivos logo no primeiro dia: mandar um cocktail molotov para o palco durante a actuação dos Toranja. Fica para a próxima. Começou-se bem, embora se pudesse ter começado melhor, logo na primeira noite, depois de me ter portado tão bem, fiz logo um enorme disparate. Já tinha jurado a mim próprio que não voltaria a acontecer mas ele há coisas inexplicáveis...
Sábado, Mafalda Veiga lá veio choramingar, e depois Luís Represas também não conseguiu acender o público. A afluência esperava-se maior mas os nomes não eram muito chamativos, admitamos. Também não consegui orientar o cocktail molotov que tinha prometido à Mafalda mas paciência, outro que fica para a próxima!
No domingo, e como bom filho que sou, fui para casa com um ramo de flores passar o dia com a progenitora e baldei-me à cerveja, aos shots, às gaijas e às bubdêras dos outros. Ouvi dizer que Rouxinol Faduncho esteve em alta mas de João Pedro Pais nem ouvi falar. Será que ele esteve mesmo lá?
Segunda ainda cheguei a tempo de bulir à tarde. Um dos problemas das barracas das cervejas é a deficiente aplicação dos recursos humanos. Nós é que estávamos lá à tarde a limpar as barracas, e elas à noite a servir cerveja. Ora as especialistas em limpeza deviam limpar e os especialistas em cerveja ocupar-se das bicas e barris! Brincadeiras à parte, o espírito entre colaboradores foi bastante agradável. Muitas das pessoas não se conheciam de lado nenhum, mas há sempre 4 ou 5 malucas que armam barraca dentro da barraca. Este ano apareceram-me lá com um megafone e o meu pum-tsca-pum fez furor! Nessa noite, aceite o convite para jogar Rugby pela primeira vez na minha vida, começa bem: ganhamos o torneio e eu até marquei um ensaio mesmo à cromo, interseção do passe e correr isolado a esquivar-me aos perseguidores. A minha equipa: Eu, Dinis, Lenga, Flor, Rita e Sidónio! Lá ganhei um bilhete para um dia à escolha, eu que não levantava os a que tinha direito. Tudo isto se passou ao som dos Fio Dental, uma bela banda de covers e do pior animador de público que existe mas não se pode ter tudo. Tomado o banho, volto para o recinto a tempo de assistir ao final da perfomance de Hélder, o Rei do Kuduro, que ao que parece fez playback, quem é que percebe estas merdas??? Havia de ser eu a mandar... De seguida, e na companhia do Sammy, da Maria, da Sandra, do Rafa e do Ricardo, assisti ao melhor concerto dessa noite, no palco da RUA FM. Eram uns cromos chamados Da Jam Band. Também foi nessa noite que tomei conhecimento da estrela-mor desta SA: nada mais nada menos que MC Pelé, um brasuca maluco que canta músicas mais velhas que o cagar directamente importado de Porto Seguro, cortesia da "Xpôrjôvein"! Depois, umas seis ou sete meninas muito mal vestidas que davam pelo nome de Rabo de Saia. 90% dos homens, pois então, ignoraram a segunda parte do nome.
E chegamos a terça-feira, dia da pesada. A mim, a afluência de público surpreendeu-me. Se no ano passado tivéramos Moonspell, este ano os cabeças de cartaz eram os Ramp, nada por aí além na minha opinião mas conseguiram (juntamente com a cerveja e umas cenas que se fumam) aquecer o público o suficiente para dar a noite por bem empregue. As outras bandas também chamaram muita gente, os Mind Lock que jogavam em casa e os Tara Perdida, a mais conhecida banda de punk a cantar em português. Nesta noite, a segurança também esteve em destaque. O ambiente era pesado, e os verdinhos faziam questão de não dar desculpas para se pisar o risco. No meio da mosh nem se dava pela diferença.
E agora quarta, uma das noites mais esperadas. Os Expensive Soul cativaram o público através do seu cunho muito pessoal, com a ajuda do Dino, um dos coristas, que também jogava em casa e que é amigo da malta. Depois, os Mercado Negro inundaram o País das Maravilhas com good vibes e às tantas, a frase mais dita era "Nã tá fácile!". Às tantas da manhã, lá foi um jovem que eu conheço, de boléia com o pessoal do SDC para o pé do S. Luís. Não havia bola, a benção das pastas era só no Sábado, mas parece que o Rebola tinha lá uma banca de T-shirts da Lacoste e o Hugo uma de calças da Levi's... notícias não confirmadas transmitidas via uáirellésse pelo grupo "barrac" da Rádio COSA!
E eis que chegamos à quinta-feira académica: Tunas Académicas! Ou por outra, dois conjuntos de galinhas, duas tostas e uma Tuna, a Versus! As tunas de Portimão deviam pagar para ter o privilégio de subir ao palco, mas no intervalo, depois dessas desgraças que dão pelos nomes de Tuna Bebes e Engatatunos, o momento da noite: Tuna COSA!!! Estava eu acabado de "enviar um fax" no backstage quando deparo com um grupo de cerca de 30 "COSOS"! O Leandro agarra-me num braço e diz-me "Tu! Tudo lá para cima!, e dou por mim a subir ao palco ainda a apertar o cinto!! Com mais de 3 minutos de ensaio e um reportório superior a 2 quadras (edição bilingue), ei-los trajados a rigor nos seus coletes rubi a cantar a "COSA que linda COSA", com letra, música e orquestração de João Carapinha, arranjos de Luís Roma, apresentação e tradução de Leandro Barros. Escusado será dizer o "sucexo" que foi. Talvez por o termos acordado o público, o que é certo é que este aderiu e correspondeu cheio de pica. Depois, e com a ajuda de MC Pelé, a Tuna COSA tornou-se num grupo de bailarinos e bailarinas com mais estaleca que as do Casino Estoril, onde se destacavam o Matthias à pá e o Leandro Sá à vassoura, secundados brilhantemente pelo Tigre a fazer a dança do ventre. Como diriam os australianos, "The crowd has gone bananas!" e as tunas é claro, ficaram com uma dor de cotovelo maior que o Everest! Esta foi também a segunda noite da sardinhada, sempre excelentemente orientada pelo Hugo (Viseu), e cuja inspecção do pescado fui obrigado a fazer tendo em vista o sempre indispensável e obrigatório cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho.
Na sexta tínhamos uma noite de cotas: Jorge Palma e Rui Veloso. O primeiro, incrivelmente não caíu do piano mas o segundo esteve bastante aquém das expectativas. Poucos clássicos, muita guitarrada, pouca comunicação com o público e muita bebida. Por mim esperava mais, mas o melhor dessa noite veio ao entrar da Barraca B, dava o Jorge os primeiros acordes: ao ser surpreendido com um número de gente anormalmente superior ao habitual dos últimos dias, e ao ir cumprimentando toda a gente com um "Boa noite" geral, eis que me responde a dona do sorriso mais cativante que vi nesta SA com um "Boa noite senhor forcado!" que me deixou, para além de mais corado que um semáforo, com uma inquietante sensação de «mas em qual dos dias/bubdêras é que eu te conheci para termos essa confiança?». Após uns segundos de reflexão, lá conclui que se tratava de uma "velha" amiga com muito em comum mas que nunca tinha tido o prazer de conhecer pessoalmente. E imediatamente na hora lamentei aquele momento não ter acontecido mais cedo e noutras circunstâncias!!! Valeu pela semana toda. Esta noite/madrugada acabou com uma sessão de fotos com o Jorge Palma, e com umas fotos comprometedoras de um gajo que ninguém sabe que era o Niza dormindo no meio do recinto. A bela da foto tirada pela Rita vai ser proposta para base do logotipo da XXII SA, em 2007!
Sábado, último dia de SA! Em mim, no geral, e em quase todos os elementos da COSA, em particular, era tão vísivel o cansaço como a nostalgia. O País das Maravilhas abria portas pela última vez em 2006 e as "Alices" começavam a ficar com saudades. A noite começou brilhantemente com Reacções Verbais, uma revolucionária banda de hip-hop que utiliza instrumentos como a guitarra portuguesa e o saxofone. São de Quarteira, têm elementos que estudam na UAlg e como tal foram bastante acarinhados pelo público, que curtiu milhões no aquecimento de Boss AC. Este, deu um belo concerto, com o recinto cheio. O único senão era o ambiente de cortar à faca que se vivia. Os elementos da COSA receberam instruções para despirem os "uniformes" de maneira a passarem o mais despercebidos possível no meio da multidão. Embora tenha sido o dia em que a segurança teve mais trabalho, não se registaram incidentes de maior. No fim, Pete Tha Zouk levou ao céu as cerca de 15 000 pessoas que resistiram. O Leonel, nosso caríssimo presidente visitou as barracas da cerveja, onde fez questão de agradecer aos colaboradores a sua ajuda, e testemunhou in loco o ritual de despedida da malta da "bejeca": um valente banho em cada um. Saímos de lá encharcados até aos ossos, mas com um sorriso nos lábios. A noite, porém, não acabava aí, e no backstage, ao som das conversas parvas radiofónicas minhas e do Carapinha, preparava-se a derradeira churrascada. Febras, chouriços, costeletas, tudo assado no grelhador que o Hélder com tanta dedicação fabricou, cujas brasas eram os pedaços de paletes que o Micael tinha partido com o cilindro!!!! O Sol levantava-se, a comida rareava mas a bebida não. Era ver o Leandro Barros e o Miguel a fazer drag races no cilindro e no empilhador! A deserção foi aos poucos...
Isto é um relato de um pouco do que vivi neste esplendoroso evento. Muito fica por contar e mais ainda por NÃO contar. Finalmente, e porque sou um lamechas "invertebrado" gostaria de agradecer a uma data de gente: primeiro ao pessoal do SDC, com quem é sempre um prazer trabalhar, nas pessoas do Hélder, Viseu, Cascada, Romana, Álvaro, Ruben e Paul, à direcção-geral da AA, especialmente aos Carapinha, Rebola, Vale, Hugo, Cortes, Martins, Papa, Niza e claro, ao Pedro Barros e Leonel. Depois ao restante pessoal, secretariado, as "Portimonas" e o Sammy, por nos orientarem as credenciais, Claudine e Catarina por serem sempre elas quem chateávamos para reclamar os bilhetes, senhas e contra-senhas a que tínhamos direito! Por fim, e por serem aqueles com quem mais directamente trabalhava, o pessoal das barracas da cerveja; Vagner, Chico Zé, as colaboradoras todas, sem esquecer a malta da Cibal, sempre disponíveis, em especial o nosso grande Chiquinho!!! Este foi, para mim, o melhor País das Maravilhas de sempre, muito embora o cartaz pudesse ter sido mais apelativo, convenhamos. Para o ano, se me quiserem, cá estarei, sempre com o espírito a mil e orgulhoso por fazer parte deste evento! AVÉ!

segunda-feira, maio 08, 2006

Desafio SEAT by Sapo

Ah pois foi! No passado dia 4 de Maio partiram de Marrocos com destino ao Autódromo Fernanda Pires da Silva, no Estoril, uma catrefada de valorosos candidatos a pilotos de automobilismo. Depois de uma dura viagem deparam-se com um paddock atestado com mais cerveja que gasolina. Oh mas que pena. Não admira portanto alguma idas à gravilha. Os ilustres desconhecidos que se qualificaram para a prova final estão de parabéns mas se porventura houvesse um prémio de espírito teria que ir para a SDC Racing Team.
Os SEAT Ibiza 1.9 TDi de 130 HP parece que até voavam! Atrás do paddock, o acompanhante/empresário parece que dava show num Altea de 170 HP ao fazer o slalom em 17.294 s. Consta que foi até o que se safou melhor... ou não. Pior ficou a caixa de velocidades e a embraiagem do Altea.
Mais para a frente edito as fotos.
Nesse dia, na ante-câmara da Semana Académica do Algarve aka País das Maravilhas, houve um desses pilotos que com o coração cheio de amor e boa fé quanto a cabeça vazia de expectativas optimistas acabou amuado com a Super Böck. Já dizia a outra "Temos pena... mete gelo!". A partir desse dia, e para seu grande desgosto, nada mais bebeu a não ser Tagus! Realmente, de juízo tem muito pouco esse menino...