terça-feira, novembro 29, 2005

Romismos II

"Chegada a pandemia da Gripe das Aves (H5N1) há que saber o que é uma Avestruz!
É uma Ave e também lhe pode ser transmitida! Não vale a pena enterrar a cabeça
na areia..."



PS: Este romismo provavelmente não é tão sucinto nem claro como os outros, mas serve para dizer às Avestruzes que aí andam: "Não habia nexexidade-ez-ez-hummm..." e para refrear este meu maldito vício de escrever tudo o que me vem à cabeça não obstante deixando de pensar nos (in)sensíveis sentimentos de alguns!AVÉ!

domingo, novembro 27, 2005

Rendição aos dogmas

OK, desisto! Chegado a casa Sábado depois de uma suave noitada de copos (poucos) e confraternização com os amigos, pasmo quando, ao fazer zapping, reparo que está a dar um concerto na 2: com o melhor de sempre, o dito Santana! O primeiro pensamento foi «Ironia do caraças, ainda há dias escrevi uns disparates sobre estas músicas e eis que me entra ele casa adentro como quem demonstra o seu apoio, o seu consentimento...» coisa estranha! Isso é só mais um exemplo de Dogma! Há coisas que não podemos desmentir, julgar, simplesmente por falta de dados, factos concretos e concretizáveis numa lei válida. Podemos ser a coisa mais herege que jamais pisou a Terra, mas todos nós temos aquela pontinha de esperança, aquela réstia de fé, de crença, aquela superstiçãozinha sem sentido que dá algum sentido a algumas das nossas atitudes. Se continuarmos a agir "de pé atrás" com essas coisas, nomeadamente se vierem dos outros, nunca seremos as pessoas que acredito todos queremos ser e alguns, infelizmente muitos, pensam que são. Enquanto não aceitarmos os outros tal como eles são sem nos querermos impôr e às nossas opiniões nunca conseguiremos ser uma referência moral que por vezes pensamos que já somos. Podem achar isto balelas, mas tentem parar para pensar, e pesar os prós e os contras das nossas acções. Bem mais de 60% delas, mais que supérfluas ou fúteis acabam mesmo por ser prejudiciais para algo ou alguém, às vezes até para nós. Rendam-se meus caros aos Dogmas, porque o maior passo para ultrapassar um medo é identificá-lo, admiti-lo; aí, já não será preciso confrontá-lo... e quase sempre das maneiras erradas!

quinta-feira, novembro 24, 2005

This is SUPERNATURAL...

Ah pois é!!! É pena nem todos os meus queridos (re)tractores, e escreve-se assim porque roncam roncam mas andam muuuuito devagarinho e levam uma data de merdas por arrasto, é pena dizia eu que não possam ter partilhado esta magnífica náite com a Confraria no BA! Não obstante, se dúvidas existissem em relação a certos tabus espero que tenham ficado desfeitas.
Atão “siguemos” para Bingo! Comprado o tabaquinho, há um pendura para o Montenegro. Chegados mijados e fumados eis que aparece à varanda a “sékssi” imagem do nosso “Cidadão do Mundo”! Fazemo-nos convidados para um Jameson e acompanhamos o estudo de Sociologia Rural Portuguesa ou algo que o valha, porque isto hoje, e como diria o Puto: nã tá fácil, n’tá fácile... Ao som do melhor álbum de sempre, Supernatural do Santana, nos deliciamos com as memórias recentes e antigas, dos brindes à Ronaldinho às praxes BMPistas de há uns anos. O Maria Maria começa e acaba, e explicações aparte das justificações, começa o Wishing It Was porque quer se queira quer não todo este “Par de 3” está de Corazón Espinado e embora a Primavera ainda esteja longe obrigo-me mais uma vez a perguntar se Do You Like The Way que eu tomei? Provavelmente não porque sinto que toda a gente (esta não conta, é dos Da Weasel) estaria à espera que eu fosse tão Smooth a lidar com estas situações/provocações nada anónimas. Em vez disso, esse pessoalzinho preferiria (atenção que isto é o Condicional e eu não sei se o deram na 4ª Classe) que eu ouvisse algum The Calling ou seguisse El Farol e... Migra! Tanto que gostariam mas infelizmente para esses... não!, e muito embora estejamos numa África Bamba (casa do Preto, já que assim é difícil ele passar à frequência) espero não ter que vos lembrar que vocês têm que Put You Lights On e very on mesmo porque os tempos do Da Le com o The Love Of My Life (até à data) ainda estão bem presentes?, recentes?, imponentes? OK, poupei uma farpa sob pressão mas caguem lá nisso. Segundo o expert (mas é mais experto) o Jameson está estragado e mais airosamente que tudo o que ultimamente aconteceu nos retiramos... não sem antes EU gravar neste espaço intemporal as melhores “saídas” de uns compadres da terra dos Ovos Moles e das Ruas Floridas e que ao que parece frequentam o curso de BMP e possuem ostensivamente com toda a honra e orgulho um belo Punto branco ou negro, respectivamente não tenho bem a certeza porque eu não sei quem são!
Óh Preto, gosto muito da tua casa... não queres ir viver
comigo?
Viémos a casa do Preto
Buber um Jameson (que
coincidência),
Esta cabana parecia um gueto,
E o desgraçado tem amanhã
frequência!
E muitas outras que a censura sóbria do day-after eliminou! Obrigado pela inspiração pessoal! AVÉ!
PS: Isto é um post de ficcção, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência! Em caso de dúvidas ou persistência de sintomas consulte o seu médico ou farmacêutico!

quarta-feira, novembro 23, 2005

Fugem, fugem qu'ele anda naí...

Vá-se lá saber porquê, mas há alturas em que sinto que ou tenho lepra ou que me transformei no Papão. OK, exagerei, mas tenho a ligeiríssima impressão que há pessoas que mudam de passeio para não se cruzarem comigo e que evitam ao máximo sequer ver-me onde quer que seja. Mas acho que é só impressão...
Não vejo outra razão que não seja qualquer coisa do género da Lua Cheia, como os Lobisomens ou se terá a ver com o facto de o Natal estar perto e acreditarmos nessas criaturas míticas da nossa infância.
De qualquer das maneiras, só peço, e repito: peço para bem das alminhas dessas pessoas (se é que as têm) e da sua e minha saúde mental para não se preocuparem com o que quer que seja que temem em mim, pois não se pega e como tal é inofensivo. E não se pega sobretudo por duas razões: porque esses temerosos não têm inteligência ou discernimento para perderem tempo a pensar porque frusto eu as suas expectativas e em vez disso não declaro guerra ao mundo; e porque nem eu sequer tou interessado em que consigam perceber isso, preservando assim as nossas individualidades, e dando-lhes a oportunidade de o perceberem sem ter que lho explicar por palavras, o que seria, na maior parte dos casos, inútil, sendo de tal maneira fracos os seus espíritos.
Por isso façam-me o favor de acreditarem antes que eu sou o Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa, o Harry Potter ou o Sócrates. AVÉ!

terça-feira, novembro 22, 2005

E que tal cada um viver a sua vida?Será a minha assim tão interessante?

Acabei de me levantar e começaram logo a foder-me a cabeça! Dasse, que irritação! Mas será que certas pessoas não se dão conta do ridículo das suas figuras? Ainda ontem tentei explicar a uma data de gente que fazer farinha comigo não vale a pena, o padeiro é o Sérgio! Enfim. Não quero tornar este meu acolhedor espacinho deprimente, muito pelo contrário, tento fazer entender que mais ou menos como alguém que se alimenta de veneno, a mim, os revezes que me acontecem, tornam-me mais forte, mais crescido, mais contente com a vida que abraço com todas as forças e menos vulnerável a tudo quanto vem do exterior.
Mais uma vez sem querer ferir os mais sensíveis e sem querer escandalizar ninguém vou pôr as coisas da maneira mais simples que conseguir, prometo:
Há 4 tipos de consequências derivadas das atitudes das pessoas:
Fazer o Mal e fazê-lo mal feito
Fazer o Mal bem feito
Fazer o Bem mal feito e
Fazer o Bem e fazê-lo bem feito.

A 1ª é talvez a mais inofensiva, chega a ser hilariante. No meu caso adoro ser o alvo deste tipo de atitudes, são precisamente aquelas que mais me alimentam o Ego.
A 2ª é talvez a mais ameaçadora. Não me considerando capaz de o fazer a ninguém só por desporto, afirmo que uma vez que me sinta impelido a fazê-lo é bom que quem quer que seja o alvo de tal acto emigre lá prós lados da Mongólia. Já me senti atingido por tais actos, mas nada que deixasse qualquer tipo de cicatriz. Tento com que a minha maneira de estar na vida dê origem à 4ª situação. Na maior parto dos casos acho sinceramente que o consigo, muitas vez porém, admito que falhei redondamente. Agora de todas a mais triste, irritante e desprezível sob o meu ponto de vista é a 3ª. Por norma dá merda! O pessoal não se manca, e não sabe, nem devia querer colocar-se no lugar dos outros. Resultado: derivado de todos sermos diferentes fica o caldo entornado, são as tais tempestades em copos de água que falei no post anterior.
Agora para acabar e em jeito de aviso aos meus queridos retractores (e agora não tou a ser irónico, são-me realmente queridos, depois hei-de explicar) tenho a dizer que para já não precisam de se preocupar pois a vingança serve-se fria e até lá pouco sono se perde do lado da barricada de bem com a sua própria consciência. Depois, o seguinte fica ao seu critério a opinião de ser ou não bluff:
Há coisas que é preferível ficarem bem lá no fundo do mar... se alguém tiver que as resgatar, aconselho a deixarem essa complicada tarefa aos camaradas BMP’s e "Cousteauzinhos". É que brincar com o fogo pode ser lixado. Como direi? Pode haver queimadelas, de vários graus pois então. Sem modéstia nenhuma, uma das coisas que as pessoas me conhecem mais me gabam ou elogiam é a minha imaginação. Agora uma inconfidência, uma espécie de vantagem para quem o handicap não é favorável: ler só vos faz é bem! Não atingiram? Imaginem que o Conde de Monte Cristo, Maquiavel e Sun Tzu em alegre cavaqueira! Conseguiram? É mais ou menos a inspiração necessária para alimentar a tal imaginação que sem as pessoas se aperceberem lhes pode fazer cair o Apocalipse bem em cima da cabeça...AVÉ!

Pai Nosso? Ó meus amigoszz-uz-uzz...

Uiui... nem sei por onde hei de começar! Não sei como explicar coisas dificeis sem ferir susceptilidades. Mais lá mais à frente tento "ensinar-vos" como se deve ler este post que se adivinha bastante extenso. Hoje, ao contrário de qualquer pessoa normal tive um dia bastante preenchido das mais variadas formas. Levantei-me duma noite em que não dormi, rabugento, ansioso mas temerário para a tempestade que aí vinha, e não me estou a referir à chuva. Tempestade essa que alguém descuidadamente fez num copo de água e eu, do alto de toda a minha condescendência tive que demonstrar o seu despropósito. (NOTA: Mary, eu sei que pareço "aquele" nosso amigo a falar mas a culpa é de quem sem se aperceber me faz explodir o Ego) Ora fazer isto sem aleijar ninguém é deveras complicado. Claro que quem não está habituado corre riscos desnecessários num gesto tão altruísta como estupidamente fútil e irresponsável que se torna no mais egoísta e incoerente para "salvar" ou "poupar" o que não se vergou a intempéries dignas do Adamastor. Louvo-lhes a intenção tanto como lhes recrimino o resultado. Temos pena, metam gelo...
Não me considero uma alma iluminada, mas numa das mais longas e espero que produtivas conversas que tive na minha vida, que não foi um monólogo por muito pouco (não me olhes assim moire :/ ) tentei, em vez de me ofender com o insulto à minha inteligência, fazer ver de uma forma tão clara quanto complexa. os princípios pelos quais tento reger as minhas atitudes, a minha vida.
Isto está a alongar-se e vocês não percebem nada, que me desculpem antes dos outros a Ana Sá e a Ivone, fiéis "descodificadoras" do meu discurso cheio de "enredos" e "muitas vírgulas" (descrição delas).
Eu devia ter realçado no princípio que embora toda a gente possa ler este post, este é mais direccionado para aqueles que comigo convivem todos os dias e pensam, ou pensam que pensam, que conhecem a minha maneira de reagir às adversidades. Infelizmente para esses, que não são poucos e a quem não peço desculpa por considerar fracos de espírito escondidos na sua cobardia e vergonha (espero que não esteja a ser demasiado cáustico como tanto gosto) a minha blindagem construída à base das tais adversidades que rezo não calhe a nenhum deles frusta as suas expectativas. Mais uma vez; temos pena, metam gelo...
Oscar Wilde disse "Quem não sabe sorrir connosco, não sabe sofrer connosco.", e eu não podia não só "desconcordar" mais, como violar o dito alterando os predicados. Cheio está o mundo de risos hipócritas. O que sofre a nosso lado, esse sim sabemos que sorri genuimante connosco e não de nós. Sorrisos estou eu a ver na cara de muitos que leiam isto, uns de divertimento, outros de condescendência "paternal" e outros de escárnio, estes últimos os que mais me irão realizar.
Passemos então à tal abordagem que vos referi ao princípio que espero vos esclareça melhor: espero primeiro que tudo, que todos quantos leiam e não fiquem indiferentes a este texto se manifestem através dum comment devidamente identificado, pois a esses, digo-lhes desde já e metaforicamente falando através de uns quantos ditados e provérbios que: "A carapuça só serve a quem a enfia". Sabendo quem vai ler isto, desafio esses que do alto da sua pose se julgam donos do saber e da justiça, esquecendo-se que a senhora é cega, a pararem de "Fugir com o rabo à seringa". Para esses, lembro ainda aos mais esquecidos que: "Tapar o Sol com a peneira" não dá resultado, que "Mais depressa se apanha um mentiroso que um côxo" (às vezes antes sequer de ele abrir a boca) , que "Quem tem telhados de vidro não atire pedras ao ar" (quanto mais às lindas telhas de barro do vizinho) e que "Pau que nasce torto mija fora da bacia" (e para o bem de uma pessoa não disse jamais se endireita). Para acabar de vos chatear meus caros, só vos quero que saibam que no fim disto tudo e tal como Pôncio Pilatos eu "Lavo as minhas mãos".
O que realmente me preocupa meus amigos, é o facto de parecer que vocês não sabem que "Não se ensina o Pai Nosso a quem sabe a Avé Maria"...
PS: Disse eu no início que não sabia como explicar determinadas coisas sem ferir susceptilidades. Temo que nem duma maneira nem de outra mas se ferir alguma, deculpem lá mas já valeu a pena!

segunda-feira, novembro 21, 2005

Tou bom tou bom tou bom tou bom tôôôôôô

Nos últimos dias aprendi duas coisas: a chuva não me mete medo rigorosamente nenhum (obrigado Catherine) e que amizade é uma palavra demasiado delicada para se perder muito tempo a tentar ensiná-la a quem pensa que a conhece mas não conhece ou nem tão pouco tem interesse em que lhe tentem explicar. Para não correr o risco de me contradizer fica aqui o pedido de desculpas aos que sabem o que é ser-se amigo, aos meus principalmente, por talvez nem sempre ter correspondido às expectativas que depositam em mim. Sendo um gajo complicado e com mil defeitos, os que são meus amigos sempre me souberam respeitar nem que para isso tivessem que me dar um par de estalos. Para esses, aqui fica um desabafo e um obrigado, o primeiro em forma de poesia (não é minha não se assustem) para tentar exprimir a razão pela qual (quase) nunca lhes confidencio as minhas, e só minhas apoquentações, e o segundo apenas dizendo-lhes que podem sempre mas sempre e em qualquer altura contar com tudo o que lhes possa oferecer, mesmo aos tais que não sabem o que isso é, porque honesto é dar primeiro sem estar à espera de receber e não o contrário... (e já me alonguei demasiado foda-se, o ser humano é de facto deveras contraditório)



I felt the air rise up in me
You tell to clear the stones of leafs
I wonder out where you can see
Inside my shell I wait and bleed


Esta quadra da música Wait&Bleed dos Slipknot, principalmente os últimos versos exprimem esse defeito terrível que todos os que me são queridos teimam em apontar-me, o facto de inside my shell eu “waitar and bleedar”! (não sei se o 2º verso é exactamente assim mas o Troglo já tinha bebido mais de duas imperiais quando nos explicou e já se sabe...)




Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade,
Querendo, quero o Infinito
Fazendo nada é verdade

Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço
Minh’alma é lúcida e rica
E eu sou um mar de sargaço



Este poema de Fernando Pessoa ortónimo é, passados vários anos de o ter lido pela primeira vez, a expressão mais correcta e talvez concreta da minha peculiar maneira de ser de que eu tanto gosto. Obrigado meus amigos e lembrem-se que o sofrimento é um luxo que não está ao alcance de todos...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Um mês

Ena ena! Comecei a escrever estas tristezas há um mês, e por causa de meia dúzia de pessoas que o leram já aprendi bastante e reflecti sobre coisas que até à data me passavam ao lado. Um mês depois tenho mais de 100 visitas das quais umas 20 são minhas (trata-se de manutenção, não tenho o Ego assim tão grande como o Zarathustra) o que me parece engraçado, como se o que eu pensasse (escrevesse) tivesse de facto valor para alguém o que é uma sensação nova. Enfim, só me resta agradecer à malta que lê estas "moengas" , principalmente à grrrrande Catarinia, inspiradora infalível e amiga de peso e ao pessoal que sugere, critica, elogia (ou não) e, basicamente que não fica indiferente. AVÉ!

terça-feira, novembro 15, 2005

Ready, set... go!

Mas quais Obikwelus quais Carlos Lopes!!! Aqui o "Je", daqui por uns 71 anos tá de certezinha com melhores tempos, mais rápido e mais veloz que esses dois! Até lá é só ir treinando todos os dias como estou a fazer.
É verdade, apanhei o "bichinho" da corrida! Depois de anos com a mais simples maneira de exercício recalcada e muito, algures no meu inconsciente, eis que de um dia para o outro salta cá para fora com uma força nunca vista! Não quer isto dizer que desate a correr maratonas à maluca e passe 25 horas por dia de sapatilhas nos pés (sapatilhas, que palavrão, sempre lhe chamei ténis mas pelos vistos estava errado, ténis só mesmo o desporto!). Isso seria de todo impossível, não por causa da saudável alimentação que eu levo por exemplo, mas mais por problemas de agenda. Adiante, serve o presente para informar todos aqueles que ainda não se aperceberam do seguinte: DESPORTO FAZ BEM À SAÚDE! Perceberam? Correr, andar de bike, andar, caminhar, jogar ténis, golfe (sim, golfe, fui eu que disse, sem comentários ok?), nadar, "fazer o amor", etc... são "N" as possibilidades. No fim do dia dorme-se melhor pois os músculos estão mais relaxados, mesmo que pareçam mais tensos, e fizémos uma espécie de co-incineração ao nosso metabolismo que juntamente com água mandou cá para fora uma belas merdas que a gente come e respira neste nosso dia-a-dia saudável! Porque é que pensam que sempre que dão uma dá vontade de dormir logo a seguir? Ah pois é... as hormonas é que sabem, a seguir a um belo bocado de exercício vem logo o merecido descanso!
Saído então das aulas, e depois do lanche batido e digerido, preparo o quarto de hora mais saudável do meu dia-a-dia: calçãozinho, t-shirt (neste dias um pólo de Polartec também ajuda), calço os meus Nike Free, unanimemente considerados os ténis mais horríveis jamais fabricados, limpo a tromba com Rhinomer, boto o penso que já foi da moda à João Pinto e lá vai ele cheio de "siguêra"! Depois do devido aquecimento de articulações e músculos lá vou eu. Ora acontece que moro num local privilegiado, onde o ar puro se mistura com o monóxido de carbono dos escapes, com o cheiro a merda dos cães que vão para ali ser passeados, com o cheiro a cimento das obras ali ao pé; há de tudo, portanto! Hoje, corri com particular vontade. Um dos desafios que coloco a mim mesmo quando corro sozinho é o de controlar o "fluxo" de pensamentos, pois se pensarmos nas mesmas coisas que pensaríamos senão estivéssemos a correr acabaríamos por não retirar nenhum proveito daquele pouco tempo. Ora hoje não pude deixar de ser levado pelos meus pensamentos, igualmente como pelas minhas pernas; numa noite acabada de começar, a Lua, cheia, ainda ia baixa, dando a sensação que ainda estávamos no "lusco-fusco"; o ar frio, quase gelado, seca-nos a pele, limita-nos os movimentos e tolda-nos o pensamento, ritmado pelo chlap chlap dos pés no alcatrão molhado da chuva da véspera. No entanto, ali ia eu, cheio de vontade, a pensar no bem que aquilo me estava a fazer. E assim dei 3 voltinhas à urbanização, gastando 13 minutos e qualquer coisa, acabando com um sprint em que as pernas me gritavam "Não dá mais!!" e os pulmões pareciam matéria incandescente à espera de um rastilho para rebentarem! Subi as escadas a arfar que nem um cão no deserto e beberiquei "água azul" para rehidratar e repôr sais minerais. A fome aparece mais cedo e o jantar é engolido com apetite voraz... o sono aparece de mansinho e depois de bocejar umas quantas vezes a escrever estas linhas preparo um "Ready, set... go!" caminho da cama!

sábado, novembro 12, 2005

Infeliz Aniversário

Neste dia de 12 de Novembro, foi com grande tristeza que notei em todos os meios de comunicação social para onde olhei, a ausência de referências a uma das datas mais tristes da História: 12/11/1991! Se bem se lembram, passaram já 14 anos desde este bárbaro episódio protagonizado pelas poderosas e fortemente armadas forças de intervenção de uma nação ilegitimamente invasora, a Indonésia, e por algumas centenas de civis, na sua maioria jovens de uma nação não reconhecida (Timor Leste), que contra tudo e todos, tentavam preservar a sua identidade e, mais que isso, a esperança num futuro livre e independente. Chamaram a este "incidente" Massacre de Santa Cruz. Por essa altura tinha eu sete aninhos, a caminho dos oito, uma idade que ainda não me permitia opinar sobre certas coisas (pelo menos com o mesmo discernimento e maturidade que tenho agora, ou não... ) mas em que se ficam marcadas certas memórias para o resto da nossa vida, como esta. Nunca mais me esqueci das imagens divulgadas, não tenho pela sua dureza, sangue, etc., mas mais pelas circunstâncias: num cemitério? Civis indefesos? Por causa de uma inocente manifestação? Na minha ainda pouco desenvolvida escala de valores esta cena ficou marcada no mais fundo possível.
Fui crescendo, sem nunca ser activista dos Direitos Humanos, mas, e em contrapartida, sem nunca ignorar os semelhantes "desastres" que iam acontecendo mundo fora tais como os do Ruanda, Borundi, Somália, Israel-Palestina, Birmânia, etc., com especial destaque para o do povo Maubere. Em finais de 1994, a caminho dos 11 anos e a frequentar o 6º ano, acontece o que iria influenciar para sempre a minha vida, especialmente a minha formação cívica e convicções ideológicas: nas aulas de Português somos "convidados" a escrever cartas a prisioneiros políticos Timorenses, numa manobra a nível nacional para pressionar o governo Indonésio e chamar a atenção da comunidade internacional para as condições a que estes eram sujeitos. A minha professora de português na altura era a Prof. Joana Caeiro e lembro-me como se fosse hoje, de nos entregar um papel com uma lista de cerca de 50 nomes de prisioneiros políticos timorenses, dos quais deveríamos escolher um para nos correspondermos; lembro-me também de nessa lista estar o único nome que reconhecia: Xanana Gusmão, líder da resistência armada (FALINTIL - Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste) detido em 1993, encarcerado na penitenciária de Cipinang. Passei os olhos pelo dito papel e escolhi o nome ao qual vinham associados mais dados: Francisco Miranda Branco, idade, pena, filhos e pouco mais, detido em Semerang, dos outros poucos mais se sabia para além do nome e do local de encarceramento. O assunto da escrita era do nosso critério, entre Outubro de 94 e Fevereiro de 95 escrevi 5 cartas para o mesmo destinatário, falando dos mais diversos assuntos, confesso que já não me lembro de nenhum, e sem ter um pingo de esperança de receber qualquer resposta, plenamente consciente que provavelmente nenhuma das minhas cartas cumpriria o seu propósito primário: chegar ao seu destinatário. Afinal, os prisioneiros timorenses recebiam correspondência de todo o mundo excepto de Portugal, dos PALOP e do Brasil.
A 10 de Maio de 1995, mais de 6 meses depois desta campanha, recebo em casa uma carta sem remetente, num envelope de correio aéreo e com selos com uma cara bem familiar: Suharto, o ditador indonésio no poder. Fiquei sem saber o que pensar, nem me passou pela cabeça que pudesse ser uma resposta às minhas cartas, mais depressa um aviso ou ameaça para parar com a correspondência. E não era, era a resposta a uma e só uma das minhas cartas, e o remetente era precisamente o meu destinatário! Excitadíssimo, li com as mãos a tremer uma curta carta escrita com uma letra minúscula, fluída mas perfeitamente legível num português correctíssimo. Nela o meu correspondente apresentava-se, contava alguns aspectos da sua vida pessoal entre os quais o número de filhos, 7!, e relatava a sua condição actual, por fim e sem "perdas de tempo" designou uma nova morada para a qual eu deveria remeter a próxima correspondência e pediu-me um dicionário de Portuguê-Inglês/Inglês-Português para imediatamente poder dar resposta às milhares de cartas que recebia numa língua que não compreendia.
E assim foi até 1999, ano do referendo e das acções terroristas das milícias pró-Indonésia. Durante 4 anos, remeti as cartas ao cuidado da Sra. Karitas Pi, uma freira católica Indonésia que prestava assistência religiosa aos prisioneiros e que passou a fazer de intermediária, afinal tinha sido ela a "sacar" a primeira carta. Nesse período, sempre com a ajuda da Prof. Joana Caeiro e dos meus pais, também eles professores, mantive um estreito contacto (ler o mais frequente e discreto possível) com aquele a quem imediatamente passei a chamar de amigo, Francisco Miranda Branco. Através da escola, este contacto desencadeou uma série de acções que anteciparam em muito, pelo menos nas gentes da minha terra, a onda de solidariedade de Setembro de '99 quando todo o país se uniu para mostrar ao mundo que a vontade do povo Maubere era para ser ouvida e acima de tudo respeitada. Contam-se entre essas iniciativas a gravação de um CD com temas pedagógicos tais como os DH, ambiente, toxicodependência, etc., sessões de esclarecimento com sobreviventes do dito massacre, participação em talk-shows na TV e na Rádio com o propósito de contar a história e sensibilizar o público e, de todas a que a mim me deu mais prazer, a inscrição no jantar de homenagem ao Nobel da Paz D. Ximenes Belo, em Évora, com quem tive a honra e o prazer de trocar algumas palavras.
Hoje o mundo pode saber; Francisco Miranda Branco, condenado a 15 anos de prisão sem recurso, foi um dos organizadores do funeral que deu origem à manifestação de 12/11 que por sua vez deu origem ao Massacre do Cemitério de Santa Cruz. Nesse funeral ia a enterrar um jovem de nome Samuel, assassinado pela polícia indonésia uns dias antes, afinal era só mais um... Francisco passou 9 anos na penitenciária de Semerang, foi libertado e retomou o seu lugar na construção de uma democracia no mais recente país do mundo, cujo dono é um Povo finalmente livre, desde a chegada dos primeiros portugueses há 5 séculos atrás. Francisco Miranda Branco é hoje profissionalmente deputado democraticamente eleito na Assembleia Nacional timorense, para muitas ONG's como a Cruz Vermelha e a Amnistia Internacional a sua liberdade é uma meta alcançada e uma rampa de lançamento para as lutas permanentes na defesa dos Direitos Humanos dos mais fracos, para muitos portugueses é "aquele senhor timorense que tá preso com quem aquele jovem se corresponde" e para mim, um amigo para a vida, que muito me ensinou sobre ela.
Passados 14 anos, preferia que não tivesse havido razões para a História cruzar as nossas vidas... infeliz aniversário.

Romismos

"Homem que é Homem não come mel... Lambe o cu às abelhas!"

quinta-feira, novembro 10, 2005

Raios parta a cafeína...

Devia ir ao psicólogo! Ou então ao endocrinologista! Acho que estou a atravessar uma crise existencial vai para vinte e dois anos! Ou talvez não! Se calhar os outros todos é que marcham fora do tempo...enfim. Mas parece-me que o problema é hormonal e o pior é que já passei a puberdade, ou talvez não! Ora vejamos:
Há dias em que acordo, adormeço, volto a acordar, faço ronha, levanto-me e ando o dia todo armado em cadáver a anhar dum lado para o outro, completamente a Leste; nesses dias pode haver tsunamis no Algarve, terramotos em Lisboa, desastres humanitários no Ruanda que eu estou-me simplesmente nas tintas! Outros há em que chegada a hora da caminha, sinto-me o único ser vivo do planeta, ginastico, escrevo, leio, estudo, jogo computador, medito e penso quão curtas são as supostas oito horinhas de sono que devemos a cada 24 que passam ao nosso corpinho. Rompido o Sol, tomo um banho Checo, faço a barba (se for caso disso) e lá vou eu para as aulas todo feliz da vida nas quais me encontro com um nível de atenção e concentração a roçar o absurdo de tão grande que é! Volto, faço as refeições todas a tempo e horas, trabalho ou estudo, conforme seja preciso, arranjo meia hora para correr ou dar uma volta de ginga, levanto uns pesos e vejo os Morangos com Açucar o Telejornal, O Cofre, os documentários da 2: e lá vou eu para o terceiro ritual do dia: café! Dou umas gargalhadas com os amigos numa mesa com cartas, minis e fumo paredes acima e lá volto para casa todo contente porque amanhã é outro dia e tenho muito que fazer. Adormeço ainda antes de me deitar e o "ritual do pijama" (mandar um fax, lavar os dentes, etc...) faço-o em transe...Provavelmente amanhã fico na ronha...
Raios parta a cafeína