quinta-feira, dezembro 29, 2005

BOM ANO NOVO!

Este são os meus votos de 2006: que todos os que aqui refiro tenham tudo de bom e para aqueles que lhes são queridos. Que sejam felizes e concretizem todos os seus desejos bons. Que daqui a um ano eu repita estes mesmo votos para todos eles e mais ainda, seria bom sinal. Vou-me esquecer de muita gente, o que é injusto, mas o que é a vida senão injusta? A esses a mensagem do costume: temos pena, mete gelo. Isto vai em jeito de muito obrigado pelo que me ofereceram e fizeram viver neste ano que agora termina, e que no próximo vivamos todos ainda mais intensamente...
Tenho que começar claro pela minha família, a minha mãe e o meu mano, sem os quais eu ainda seria menos que o que sou, e para quem não vale a pena dirigir muitas palavras que serão sempre insuficientes para descrever o amor que tenho por eles. E claro, à minha cunhadinha "Tânia" e sua respectiva famelga.
Para o pessoal da terra: forcadagem e amigos. Mais uma época, mais uns quantos toiros e histórias para contar, mais uns quantos ossos fora do sítio e sorrisos nos lábios. Só vocês me conseguem proporcionar algo difícil de explicar que vai para além da amizade e da aficción. Ao João e à Ana, emigrantes em terras de nuestros hermanos mas que estão sempre aqui mesmo ao meu lado. Ao Bibes, com quem tive a honra de dar a última volta de ginga do ano, a das meninas!
Para o pessoal do "Cu de Judas", Sérgio, Angelo e Rui, pelo que me aturam ao longo do ano 24 horas por dia, pelos momentos que partilhamos debaixo do tecto da D. Manuela e não só. Que sejam felizes com as vossas políticas, todas tão diferentes e bonitas, com as quais eu sofro e às vezes quase morro a rir.
Agora o pessoal dessa bela religião que é o Montebranco: aos seus donos, claro, cuja simpatia e amabilidade a todos cativam, às suas duas filhas, esses tesouros para aqueles que tem a sorte de ser seus amigos. Ana Luísa, ainda vais ser melhor que a Teresa Guilherme, Vera amoire, que recuperes depressa e fiques em forma para a Ovibeja! Para o nosso mais recente Engenheirú! D. Pedro, lamento ter-te conhecido tão "tarde", não é todos os dias que se conhece um gajo com uma postura como a tua e com uma aura de boa pessoa tão notável, que o teu primeiro emprego seja dochinhuuuuu! Ao Fundão, agradecendo a sua constante preocupação com os MEUS copos, e com quem juntamente sou sempre destacado para as Urgências daquele belo hospital, que vendas muitos filtros! Ao Fresquinho, pelas coisas que temos em comum, dos toiros aos carros passando pelo gosto pela política; às nossas conversas e discussões filosóficas, também não é todos os dias que se consegue ter uma conversa decente sobre assuntos tão delicados e cujas opiniões dos intervenientes sejam (às vezes) tão diferentes. Ao Casimiro, cuja nódoa que molha o pano é ser um faccioso lampião, mas um bom ajudante nas matanças e no alevantamento da imperial. Ao Hugo (Mangualde) por ter partilhado comigo um dos maiores desgostos da nossas vidas, e fiquemos por aqui. Ao Hélder e restante pessoal do SDC com quem me fartei de aprender naquela inesquecível SA.
Os restantes compadres: Mário, que este ano possamos ir ver outro concerto de Rammstein. Preto, és daqueles que bastante me orgulha pela maneira como falas e escutas os outros, já agora tens aí um Jameson? Rafa, esse ribatejano dos quatro costados, Paixão de vocação e bêbedo nas horas vagas mais a sua Sandra, com o seu sorriso reconfortante. Moura, belo actor me saíste, ou não tivesses tu um Puntagasóile e andasses a subir paredes à conta das desensaibradas! Ao Cadinho, com as suas pantomineirices que lá safam um gajo quando fica sem bateria no carro. Ao Carapinha, velho conhecido que infelizmente só este ano se tornou amigo, e daqueles que sabe o que isso é, ou não tivesse batido o record de mines com outro gajo maluco. Culpado de muita coisa boa e menos boa que me aconteceu este ano, e que por causa disso, dos wireless e das missmicellas ainda há-de ir comigo p'rAngola; e um bejinho pá sua Trêzá! Que dizer do nosso Daniel, sempre em grande, dedicado à foto, ao design e à sua menina; o melhor para a tua sempre querida e simpática família. Agora a sua Maria claro, cativante desde o primeiro momento, cujo sorriso e olhar contagiante nos injectam boa disposição na alma como ninguém, ainda havemos de ir curtir naquela coluna. Por último o Samuel, confidente por excelência, sempre disponível e atencioso sem pedir nada em troca, crítico como um bom amigo deve ser e que também nunca se esquece, vê lá não te desorientes e vai mas é para Itália "golfinhar".
Agora as "gaijas": Fernanda amoire, parece mentira, mas conhecemo-nos melhor quando estavas lá longe, e espero que assim continuemos, amigos e juntos no sofrimento pelo nosso Verdão! Vera, a minha Sensei, sempre amiga, também daquelas que mais depressa dá um par de estalos que um sorriso, mas é assim que eu gosto de ti amor, boas melhoras para esse belo cóccix! Para a Susana que lá nas Alemanhas me vai arranjar um camalho no Campeonato do Mundo. A ti Catherine, que nem sabes o quanto me ajudaste com a música da chuva. Ana Sara, boa sorte lá para o país da eslo-vacas. Para aquele magnífico 5º ano d'"O Curso", Files, Popstar, Mafalda e Gi, amo-vos suas malucas. Um bejinho especial para Isabel, minha mana grande, e para a Marina, com quem espero ir de boléia para o Porto numa aventura maior que o Dakar, para arrebentar com aquilo à base de "Um café e um bagaço"! Se não me lembro de mais nenhuma resta então a Ivone, que conseguiu transformar o pior e secante Verão no melhor que tive em toda a vida, muito à conta das havainas, das lentes, dos encierros, das chaves de casa, do mato, do K, etc... sobre quem todas as palavras são de menos para descrever o que sinto por ela. Ficaste no meu coração desde aquela agreste noite da SA em que ficámos "namorados", nunca te esqueças do que te disse à porta de casa nesse horrível C2!
Não me posso esquecer da minha restante família claro, avó, tios, tias, primos etc... mas em especial da minha madrinha, uma das mulheres mais bonitas que conheço, e dos meus primos "americanos", vocês são lindos putos.
Isto está a ficar longo e tem que se acabar com chave d'ouro! Que melhor senão mandar um beijão para as melhores amigas do mundo, sem as quais não consigo viver, as manas que nunca tive, que me torturam e maltratam com um amor indescritível e com quem desejo passar todos os meus "Revelões"! SOCIATES, ÁI LÓVE IÚ! Só têm que ser felizes para me fazerem feliz! E agora a caminho dos Al-garbs! FELIZ 2006 PARA TODO O MUNDO! Encontramo-nos em Dakar!
PS: Peço desculpa mas é impossível referir aqui toda a gente, mas a mensagem é a mesma: FODAS; Felicidade, Optimismo, Dinheiro, Amigos e Saúde para todos!

segunda-feira, dezembro 26, 2005

O gordo de vermelho já lá vai...

Mais um Natal já lá vai. A árvore e o presépio ainda lá estão mas a atitude e o espírito (se é que realmente existe) esvai-se no momento em que se rasga o último embrulho.
O meu Natal não teve grandes novidades em relação aos últimos. Missa do Galo às 00:00, um telefonema aos amigos mais chegados, este ano só tive possibilidades (leia-se tempo e disponiblidade do outro lado da linha) de falar pessoalmente com 3, com os quais espero falar todos os Natais e que este ano mais que nunca mereceram este "privilégio". Preparar a Ceia, abrir as prendinhas e cear na companhia das duas pessoas mais importantes da minha vida: a minha mãe e o meu irmão.
Para variar um bocadinho, recebi mais que aquilo que pedi, e nada daquilo que pedi (pelo menos em termos materiais). A minha mãe, que já me tinha dado uma bela prenda "dupla" pelo aniversário, resolveu gozar comigo e ofereceu-me uma Vespa... não exactamente à escala que eu desejava mas pronto, não se pode ter tudo e eu não lhe posso pedir mais que aquilo que ela me dá todos os dias. Além disso agora já tenho uma referência de como quererei a verdadeira e para onde olhar para sonhar com a verdadeira... O meu mano, esse, excedeu-se para além dos habituais DVD's e livros e supreendeu-me verdadeiramente: um voucher para o Rock in Rio, o tal festival que eu disse que jamais daria tanto guito por um dia inteiro de concertos nem que fossem com Mozarts, Mercurys e Morrisons em pessoa! Chegou a hora de dizer que se por essa altura estiver vivo e de saúde "EU VOU!"
Agora a parte menos bonita com que eu poluo o meu cantinho mas tão honesta e verdadeira como a parte dos sonhos e sorrisos. Faz hoje um ano, exactamente no dia seguinte ao Natal que a Terra, essa senhora bonita, bondosa e generosa mas também rancorosa e vingativa, segundo os adeptos do Gaya, tirou a vida a nada menos que 270 000 pessoas! Só...
Sentem-se pequeninos? Não? Então não têm consciência do que somos ou noção do lugar que ocupamos neste 3º Calhau a Contar do Sol. Para vos dar um exemplo é mais de metade da população do Alentejo. Mas contrariamente ao meu belo Alentejo, aquela zona do planeta é SÓ a mais densamente habitada. O que também aumentou a catástrofe humanitária. Um ano depois há mais de 2000 corpos por identificar, há destroços "intactos" e centenas de milhares de desalojados/refugiados. Faz-vos pensar? A mim faz. Para quê as guerras? A Natureza quando quer dá conta do recado tão bem... Conceitos como Deus e Justiça tornam-se pouco mais que idéias nebulosas nas mentes de muitos, quando reparamos que gente que pouco tinha perdeu tudo. São esses estranhamente que mais se agarram a esses conceitos dogmáticos, e que nos fazem também não ser tão extremistas no nosso cepticismo, quando vemos um mundo quase inteiro a dar as mãos, a arregaçar as mangas e a levantar "civilizações" inteiras em tempo recorde, numa tentativa de manter tudo inalterado. Pelo meio, obras de homenagem, autênticos muros de lamentações, não nos deixam esquecer a nossa dimensão: pequeninos no tamanho, grandes nas obras, umas formigas no next level.
Enfim, tudo isto só para dizer que espero que todos aqueles que me são queridos tenham passado o Natal que desejaram; para agradecer todas as mensagens e mails que o pessoal me mandou, e que por muito confusos sejam os sentimentos é sempre muito bom saber que nesta noite alguém pensou em mim... portem-se, bejinhos e apalpões como é costume, Boas Festas pelo corpinho e tal...

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal

Excepcionalmente, este ano vou dignar-me a escrever umas palavrinhas de Boas Festas aos meus amigos! E são as seguintes:
HO! HO! HO!
Nada disso. Esta petite introspecção nataleira tem como simples propósito o facto de para mim, como diz o outro, Natal é quando um homem quiser. E para mim é quase todos os dias. Acrescentemos o como. Todos os dias que eu quero e como eu quero (como tanto gosto). Daí achar (como muita gente) que esta é a altura mais hipócrita do ano. Blábláblá nasceu Jesus, paz e amor, carinho e amizade, saúde e comidinha na mesa para todos. Acabam-se as vacances e começa-se o novo ano supostamente cheios de tesão para sermos pessoas melhores e, se não ficarmos piores, ficamos no mínimo iguais, o que já de si é mau.
Nos outros anos não mandava nem escrevi-a uma única mensagem de Natal. A razão era simples: quando me despedia das pessoas que sabia que só voltaria a ver depois desta linda quadra desejava-lhes os meus votos de Boas Festas... sinceramente. Caso contrário ficava calado. Para mim era suficiente. Porque tenho o triste defeito de acreditar nos outros e esperar deles a mesma coisa para comigo. Aqueles que ficaram à espera de uma mensagem minha e se desiludiram tenham pena... metam gelo! Aos que realmente não tive oportunidade de com eles conviver nesta quadra e expressar-lhes os meus cumprimentos, a esses realmente peço desculpa. A poucos telefono na própria noite da consoada e esses contam-se pelos dedos das mãos, um ou dois amigos, um ou dois familiares, namorada ou coisa parecida e uma ou outra pessoa cujo Natal eu saiba que não vai ser tão bom ou alegre como o meu... porque também já tive os meus Natais tristes, e espero não ter mais nenhum. Mas quando chego a casa vindo da Missa do Galo, todos os anos sem excepção passo uns minutinhos sozinho, a pensar, meditar, rezar, chamem-lhe o que quiserem. Desejo interiormente, de mim para comigo, um Bom Natal a todo o mundo, mesmo àqueles que não se portam bem, mas principalmente àqueles de quem gosto, àqueles que não podem ter um Natal tão bom (e nem precisava de ser tanto) como o meu, e a cada um dos meus amigos. Tento pensar em cada um deles mas é difícil em tão pouco tempo, daí não ter mandado mensagens de Natal nos outros anos, porque quer eles saibam quer não, eu lembro-me deles. E também daqueles que já não estão entre nós e bastante falta me fazem...
Disse que iriam ter uma mensagem de Natal personalizada mas mudei de idéias. A mensagem de Ano Novo essa sim vai ser personalizada, e vai ser de ir às lágrimas (a sério ou de tanto rir tá-me cá a cheirar...). Resta-me portanto, desejar-vos a vocês, todos os que lêem estes meus disparates, aos meus familiares sem excepção, aos meus amigos e claro, àqueles que não o são (porque o que eu quero é Paz para todos e Pás Pás para alguns) um SANTO E FELIZ NATAL cheio de saúde sobretudo; com todos quantos vos amam ao vosso lado logo a seguir; com uma data de prendas materialistas e consumistas mas que nos dão alegria e motivação para acordar no dia a seguir em terceiro lugar; e com muitos doces, rabanadas, guloseimas e chocolates em quarto lugar, para as meninas ficarem que nem umas lontras e entrarem em pânico dia 31 porque o vestido Armani que compraram para o Reveillon não lhes serve! (ia dizer Fátima Lopes mas qualquer gaja consegue vestir uma cena que não se aperta!)
Depois não se esqueçam de manter o espírito todo o ano. Imaginem o que seria ir às compras de Natal em Agosto... tudo com sorrisinhos e desejos bonitos e... muito menos roupa! Iam logo os problemas de natalidade (cá está a palavra Natal) com os porcos.
Cuidem-se, BOM NATAL!
PS: Amanhã vou a Bada com a desulpa de ir às compras, mas sinceramente só me falta a prenda da "Tânia", o que vou mesmo lá fazer é comprar alcóol, tabaco, gasóleo e comer uns 10 perritos calientes...

quinta-feira, dezembro 22, 2005

O Diabo e a Cruz...

Ultimamente tenho tido umas conversas muito estranhas. Pensava que a fase dos malentendidos já tinha passado mas afinal parece que não e para este último tenho que fazer um mea culpa porque desta vez eu é que meti água com o meu maldito feitio de querer fazer as coisas à minha maneira e sob pressão como eu tanto gosto. Vamos lá ver se me vou safar e ao Revelão de inocentes. Entretanto tive conversas do mais estranho e quase todas fora d'horas: toiros com uma pessoa que há uns tempos era toda anti-touradas, filosofias (esta sim é pa ti Ricardo, tamos quites do plágio) tarde adentro quase redundantes, desabafos "quase" porcos e inconfidências "quase" comprometedoras à lareira fumando charuto, engates e desengates com prendinhas e "fodinhas" à mistura e outras tantas... Nestas aprendi bastante. Aprendi sobretudo que quem não quer aprender não aprende, que quem não tem espelhos em casa não sabe a figura com que sai à rua, que não se misturam empadas de galinha com cardhu e que mesmo quando tenho a consciência de não fazer aos outros aquilo que não gosto que me façam a mim mesmo assim me consigo quase sempre foder e ficar nos cornos do touro. Ora coloco-me num dilema terrível: o Diabo ou a Cruz?
Começo a aperceber-me que na sociedade em que vivo toda a gente que apregoa a Cruz tem uns corninhos, pés de cabra e uma forquilha... estranho não? No entanto, a cartilha é a Cruz e o oposto, mesmo quando declaradamente confessado é forçosamente recriminado. É do género «faz o que eu te digo, não faças o que eu faço»
Aqui há uns dias escrevi umas cenas que me custaram uma lição de concepção do Bem e do Mal por parte de uma alma iluminada não identificada cuja identidade é tão secreta para mim como os NIB's dos árbitros para o Pinto da Costa! Mas tudo bem, é o preço por admirar a palavra Maquiavel em vez de torcer o nariz, também esse génio da Renascença era mal interpretado e continua a ser 500 anos depois, espero que não me calhe a mesma sorte!
Ora não é novidade para ninguém que o ser humano é o bicho mais contraditório que há, torna o abstracto concreto e vice-versa! Engraçado é que pensa e afirma que não! Ontem por causa dessas conversas "em espiral" (ia usar o termo fractal mas nem toda a gente sabe o que isso é) pus-me a ler estas merdas que escrevo, coisa que não costumo fazer, só os comments! Cheguei à triste conclusão que os posts que me deram mais prazer escrever e dos quais esperava maior feedback são os que poucos ou nenhum comentário tiveram, enquanto aqueles que escrevi tão lúcido como magoado estavam cheios de comments, a maioria anónimos e a tentarem dar-me lições disto ou daquilo, é triste. Um dia antes uma pessoa teve o desplante de me dizer que se dava ao trabalho de ver sempre o que eu tinha escrito, mas que nunca comentaria por isto por aquilo e por o outro, porque não gosta de escrever e não quer que os outros leiam aquilo que pensa. Não consigo compreender tal postura em relação a nós próprios mas tenho uma luz quando me recriminam por exprimir e partilhar as minhas opiniões da maneira mais simples e clara que consigo.
Desde quando estudar Maquiavel, Hitler ou Sun Tzu faz de mim um monstro? Desde quando simpatizar mais com o Darth Vader e com o Joker que com o Luke Skywalker e o Batman faz de mim um vilão? Assim como pregar a palavra de Deus não faz dos padres Santos! Infelizmente a Igreja Católica e os fundamentalistas islâmicos são exemplos bem reais disso.
Isto tudo para tentar dizer que é preciso não esquecer que tanto o Diabo como a Cruz estão muito bem patentes nas nossas accções e atitudes do dia-a-dia. E é precisamente por isso que se diz "Como o Diabo foge da Cruz" porque passamos a vida a fazer o mesmo. Eu não, sinceramente. Quanto mais me agarro à Cruz mais o Diabo me tenta e eu a mim próprio, quando me consigo libertar dos dois tenho uma sensação de realização que acredito pouca gente está ao alcance de ter. Por outro lado, reparo que só o consigo fazer em relação a coisas objectivas e alheias à minha pessoa, no que mexe mais directamente comigo é muito mais díficil mas quando se consegue também é muito mais gratificante!
Para finalizar um aviso à circulação na Via Apia : os caminhos, somos cada um de nós quem os escolhe, eu escolho os meus e não obrigo ninguém a seguir-me porque mais louco que o louco é aquele que o segue (grande obi-Wan), agora não me peçam é para escolher pelos outros pois arriscar-se-iam a que eu lhes desse razão e lhes confirmasse os seus temores em relação à minha pessoa. AVÉ!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Parabéns para mim

É verdade, acabei de festejar oficialmente os meus 22 anitos! Oficialmente porque as comemorações, como é do meu apanágio vão estender-se até começarem as dos 23 se Deus quiser!
Nesta data tive quase tudo aquilo que interiormente pedi! Agora que já passou já o posso dizer: ter todos de quantos gosto ao pé de mim. Ingénua utopia claro...
Consegui pelo menos, o inverso: ter aqueles que mais gostam de mim ao meu lado. A minha mãe e o meu mano, como sempre, insuperáveis! A meia dúzia da forcadagem que cá apareceu, o pessoal que veio dos al-Garbs (a melhor prenda que recebi) e o pessoal que estando longe não se esqueceu e fez questão de o mostrar e exprimir convenientemente! Por outro lado, algumas decepções: telefonemas que não chegaram, pessoas que não estavam, pessoas que não quiseram estar. Algumas compreendo, tenho confiança "su''ciente" para saber que quando for realmente preciso não falharão. Outras, continuam a enterrar-se, eu sei que não vale a pena estender a mão a quem não a quer agarrar, mas eu não consigo ficar indiferente. Isto tudo para o seguinte desabafo: confesso que a pessoa que mais desejava que me desse os parabéns não estave cá, não o fez pessoalmente, nem sequer ao telefone, e para as almas mais inquietas saibam que nem sequer é uma gaja! Não me posso alargar mais porque senão digo coisas que não devo, ficam a saber quem é e não vale a pena tentar envergonhar quem já tem vergonha ainda que fora de tempo. Para acabar este parágrafo mais deprimente que o intencionado só gostaria que soubesses que me estás a dar razão, a mim que já a tinha, devias ler mais Miguel Esteves Cardoso, esse grande pensador de direita! Encaro a tua falta como uma tímida tentativa de te penitenciares dos teus pecados, um arrependimento tão tardio quanto inútil, um admitir do lugar bem raso que ocupas sem dar por isso! Paninhos quentes só te prejudicam! Adiante que isto é hora de celebrar e para variar gasto demasiado latim com quem não merece!
Jantar farto, graças a Deus e sobretudo aos dotes culinários da D. Maria Angélica, um cafézinho no Bento e apagar as velas em casa na companhia de poucos mas bons! Ala para Reguengaz de Monsarengos que cá não se aprende nada e se nós cá temos o vinho, convenhamos que lá têm as gajas boas. Tava fraco mas Sammy, Mário, Licas e Caipirinha fizeram-me a festa, atiraram os foguetes a apanharam as canas. Calhou à Miguel e à Zélia o aturanço do "demasiado espírito"! A cena animou, entrei em versão Alpha-Lebre e chegados a casa desapareu uma garrafa de Cardhu, dois charutos e uma empada! SIM, EU COMI UMA EMPADA! O Carapinha merece aqui uma menção honrosa pois foi o único que resistiu. Falar com as brasas, ter uma azia digna do Alien e ser o interlocutor de conversas "daquelas" que muita gente pagava para ouvir... ui! Adormecer ao meio-dia é um luxo que não é de todos!
Para terminar, quero eu dar os parabéns à minha rica mãe! Agradecer-lhe pela prenda que lhe pedi e pela que não lhe pedi, ao meu mano que mais uma vez se superou (Jurassik Park é mesmo na mouche mano) e muito especialmente ao 4 moscãoteiros que se dispuseram a aturar-me com risco da própria pele. Para esses a seguinte homenagem:
"Tenho um fascínio por lareiras!"
"Ai o wireless!"
"Atão e as lebres?"
"O Mário e o Samuel parecem uma esponja a beber Cardhu!"
P: "Atão vocês ainda não se deitaram?" R: "Ssssim!"
"Sigura aí a bola!"
Obrigado

quarta-feira, dezembro 14, 2005

De repente lembrei-me...

Não sei porquê, senti uma certa necessidade de escrever o que se segue. Não é por ser Natal, nem tão pouco por fazer anos no próximo Domingo, não tem nada a ver com isso. Apeteceu-me simplesmente escrever aqui uma data de merdas que espero que sejam lidas atentamente por quem de direito (ou dever)...
Gosto muito de Jaguares, descapotáveis ou não, desde que sejam verdes;
Também serve um Jeep Wrangler, se vier com um Victorinox fico finalmente o meu herói, o MacGyver;
Adoro o Mini Cooper S, este sim tem que ser descapotável.
Sabem o que é uma Kona Kula ou Blast?;
Na impossibilidade servia já um conjunto XT para a minha Maricarmén, amor da minha vida;
Um Camelbak Rogue, de preferência azul para combinar com a dita;
Um GPS;
Um Polar com podómetro;
Os Rammstein lançaram um novo álbum, Rosenrot, e não tava nada à espera, mesmo nada... mas mesmo nada! A sério!
Gosto muito de ver televisão e cada vez mais os clássicos como Allô Allô, MacGyver, Duarte&Companhia, etc...
Acho que nunca tive na minha mão um cheque com qualquer número seguido de 4 zeros, mas não me importava de assim de repente ter um com 3 algarimos... só...
Também gosto muito de gajas (mulheres ou raparigas para não ferir susceptibilidades) e idealizo assim uma quase tão inteligente como eu, alta, morena, (ou loira não tenho grande preferência) pode ter meia dúzia de sardas, olhos claros ou escuros têm é que ser bonitos, desde que seja toda boazona e com aquele quelque chose d'avec, aquele Je ne sais quoi que a faça diferente e por que eu normalmente me perco... ok, este foi o parágrafo mais mal definido mas "andem naí" pessoas que sabem mais ou menos os meus gostos...
E por fim, e por muito que me custe a admitir, mas reconheço-o, perdi a esperanças (se é que alguma vez as tive) de ser dono de um boné Adidas, cor de laranja, todo xpto! Temos pena... mete gelo!

terça-feira, dezembro 13, 2005

Mein Teil

Denn du bist
Was du ist
Und, ihr wist
Was est ist

quarta-feira, dezembro 07, 2005

A Tanga mais verdadeira da Tangosa!

Só quero deixar mais uns dos meus desabafos. Há quatro anos vim para a Universidade cheio de expectativas mas vazio de ilusões. Das primeiras algumas superaram-se, outras ficaram muito aquém. Das segundas apareceram bastantes e continuam. Vim na ressaca de um "semi" desgosto amoroso. Passados mais de quatro anos, não há um único dia que não me lembre das sábias e válidas palavras que uma certa pessoa me disse. Na altura não liguei, sorri condescendentemente e pensei "yá..." Hoje, e para variar fora de tempo, dou cada vez mais valor a essa lição que me ensinaram. Resumida numa simples frase ensinou-me a rapariga com o sorriso mais bonito que conheci até hoje a distinção entre amizade e amor. Entre amizade verdadeira e amor verdadeiro. Entre amizade falsa e falso amor. Que nenhum deles se pode conjugar, apenas quase, e quase sempre nunca. O conselho que me deste revelou-se ouro para mim pouco tempo depois. Se calhar demasiado tempo depois. Hoje, uma grande parte da minha conduta perante certas adversidades é regida ao som das tuas palavras na minha memória. A convicção com que o disseste, o apelo desesperante ao qual eu respondi superficialmente fazem-me agora ter a certeza que para além de teres razão disseste-mo com base no meu bem-estar num gesto de amizade que até hoje poucos igualaram para comigo. Ao fim de tanto tempo sem falarmos e sem nos vermos, e sem saber muito bem porquê hoje, não quis adiar o que tenho para te dizer há tanto tempo, sem saber se alguma vez terei oportunidade para o fazer pessoalmente ou sequer se irás ler este post. Obrigado Vanessa.
PS: Não reproduzi aqui a dita frase. Nunca deixarei de ser cúmplice para com quem merece esse meu prazer. Provavelmente poucos e nem sequer a própria saberão a que me refiro, mais uma vez tou-me a cagar p'rós outros.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Romismos III

Practica o Bem e ganharás inimigos
Estima-os porque acabarão também eles por o fazer
Mina-lhes a sua motivação e frustar-lhes-ás as suas intenções
Terás então o Poder. Poderás assim optar entre o
Bem e o Mal
E deverás assim continuar practicando o Bem.


Livro da Luta do Homem contra o Homem

domingo, dezembro 04, 2005

Gostava que todos lessem!

Nem sei que título hei de dar a este post! Tel-fonema inesperado, saio de casa para ter privacidade (sim), sem resultado, não me atende o telefone. Volto para casa, aparece um 106 XP preto: "Onde vais pagar um copo?", pergunta o nosso cabo. "Onde tu quiseres!", respondo eu. Vamos "pá do Vicente", pago duas "mines" e começamos a falar de toiros, praça e Misericórdia. Aparece o Carriço, mais 3, conversamos do Rugby e fazem-se horas de jantar. Perto do restaurante encontramos o Cecílio, fotos p'ra lá, fotos p'ra cá fazemos negócio. Entro em casa e dou um beijo à minha mãe enquanto toca o telefone, o tal telefonema em dívida. 58 minutos ao telemóvel, entre a porta de casa e o restaurante numa conversa a dois! Conversa desagradável, daquelas que nunca se querem ter mas que são tão precisas quanto inúteis e redundantes (espero sinceramente que não)! O pessoal passa para o jantar e faz caretas, cumprimenta e manda bocas acerca "dela", que equívoco, o do telefone e o do pessoal. Chego atrasado ao jantar, de trombas, a sopa já lá vai: "Pouco borrifando!" penso eu, quero é o segundo prato e o indispensável "pão com manteiga" para "aquecer". Sento-me em frente ao meu irmão, ao lado do Sagrado, acompanhados do Cristóvão, Cavaco, Pedro e o "Pato" mais novo. A mesa grande já vai animada e para não perder a carruagem peço uma caneca. Chega o pernil e as conversas escasseiam. As conversas, porque os brindes estão para durar. OLÉ OLÉ, canta-se para um, OLÉ OLÉ, para outro e perde-se o controlo. O nosso Cabo e o Sr. Miguel são os alvos preferenciais, com o Azaruja, o Sapata, o Roberto, o Cavaco, o Carriço, o Jeremias e os manos Roma pelo meio. Passa-se o tempo e o João Paulo faz um ponto de ordem: "Bebamos todos um copo para não faltar a nenhum!", a malta pega um "Vira companheiro!" e até as namoradas e convidados aderem. A seguir a esse mais um e o "projecto" torna-se grave. Aparece uma viola do nada, o João Paulo dá os acordes e o Nuno Pereira começa a desgarrada. Aparecem rostos de desagrado: "Jantar sem discursos não é jantar!" alega o Jeremias! A malta de fora, Arvelos, Baleizão e Tojo armam confusão com miolos a voar para cá e para lá enquanto na "mesa do canto" se contam estórias do Dias Coutinho e do "Estrudes" pelo "Roma mais velho" e pelo Cristóvão. "Má Cara" força o "despacho" mas é igual ao litro: onde os forcados pegam, os forcados mandam, e nessa noite pegaram n'Os Arcos. As namoradas continuam a cantata e alguns desertam para balcão, está na hora do "uisque" e do café com "cheirinho". Lá dentro ecoam cânticos de Natal e uns mais brejeiros, vidros no chão e líquidos na mesa não é nada que se estranhe! Faz-se a conta e uma brincadeira transborda o copo: "RUA!". Todos caminho da Travessa dos Valérios: "Xiu! Maria Angélica já dorme!" digo eu (mentira, mais eles sabiam) mas já não há meio de serenar os ânimos. Entre um e outro charuto vai a procissão para o "Bubas Bar", imperiais chovem e o resto é connosco. Azar dos azares (ou não) hoje é a noite de encerramento do "Pitas II", teremos que lá ir! Acompanho o João Paulo e a Susana e já não nos cobram a entrada. A 50 cêntimos a "jola" até parece mal não pedir pelo menos 4! O Pepe e o Azaruja já lá vão, quais homens comprometidos e sobram meia dúzia: Sapata, Sagrado, João Paulo, Joãozinho, Pimenta e eu. É com uma ponta de orgulho que digo que a ÚLTIMA bifana do Pitas II saíu à borla e para mim! A noite torna-se agreste e combinada uma volta de BTT com um pro, volto a pé para casa. Escrevo estas palavras:
Não gostaria que toda a gente tivesse esta experiência! Seria egoísta e perderia a piada! Um grupo de forcados é, primeiro que tudo, um grupo de amigos. E nós, muito embora às vezes não o pareçamos, somos. O Quico esteve lá e saiu, não importa! Na arena, quando está é impossível não se dar por ele. A "entrega" (sim está entre aspas, espero que quem tenha de perceber o faça), a dedicação e o amor e amizade ao próximo atinge a sua máxima expressão em frente de um zaíno Passanha ou Luís Rocha (ui!) e se acaso se falhar, será sempre por força das circunstâncias e nunca por negligência ou irresponsabilidade do nosso irmão (espero que saibas que no 5/10 foi assim "Za") . Tenho pena daqueles que não conseguem perceber isto. Tenho pena daqueles que pensam que percebem sem nunca o ter vivido. Tenho pena daqueles que dizem saber o que é quando nunca sequer o "cheiraram" porque a "entrega" vê-se sobretudo nos maus momentos e não nos bons (a minha mãe, a Isabel, o Carapinha e a Ivone que o digam, 30/9 em Albufeira)! Tenho pena dos "ambientalistas reaccionários" e dos "amiguinhos dos animais" por não serem suficientemente aquilo que alegam ser: sensíveis! Tenho pena de todos os meus amigos que não pertecem ao melhor grupo do mundo: o GRUPO DE FORCADOS AMADORES DO REDONDO! A esses, que não lhe pertencem porque não querem, deixo a mensagem do costume: "Temos pena, mete gelo!". Porque nada me orgulha mais que envergar aquela jaqueta "marlinda", e honrar o meu nome e o da nossa terra onde quer que vá, onde quer que percamos o amor aos nossos ossos, onde quer que nos queiram, onde quer que nos dêem histórias para contarmos. A todos vós, amigos forcados, seus queridos e restantes desejo um SANTO E FELIZ NATAL!

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Feriado

1º de Dezembro. Feriado tão ambíguo para a minha pessoa. Por tantas e diversas razões. 365 anos se passaram desde que arreámos nos espanhóis a última vez (sem contar com o 20 de Junho de 2004 em Alvalade) e a Duquesa de Bragança proferiu a célebre frase "Antes Rainha uma hora que Duquesa toda a vida..." decidindo assum a subida de D. João IV ao trono. O fundador da última Dinastia da nossa Monarquia decretou Nossa Senhora da Conceição como a Santa Padroeira de Portugal (esse feriado é já dia 8) e que rei algum voltaria a usar a coroa, entretanto ofertada à sua imagem que ainda hoje está em Vila Viçosa. Para muitos, quiçá descendentes do Velho do Restelo, foi mau, foi mau e foi mau. Provavelmente seríamos hoje mais uma Catalunha, mais um País Basco, etc. Falaríamos Castelhano e Português, ostentaríamos um orgulho estúpido, reclamando permanentemente a parte de um todo. Em disso continuamos a ser pobrezinhos e orgulhosos, olhando continuamente para o irmão ibérico como se fosse ele o mais velho. Não é, mas é o maior e mais forte e porque nós deixamos.
História àparte, não fico indeferente ao 1º de Dezembro. Neste dia nasceu a pessoa que muito provavelmente mais gostou de mim e amou. À sua particular maneira, certamente, mas sem qualquer dúvida. A minha querida avó materna faria hoje 81 anos, deixando-me sem oportunidade de lhe dar os parabéns nos últimos 3 anos. Nesse 1º de Dezembro de 2002 já não fiquei indiferente a um outro facto: faltou à reunião dos Antigos Alunos do Liceu de Évora um dos seus mais entusiastas elementos, o meu pai. Évora é talvez a cidade do país que mais celebra esse dia de 1640, parece que andou por lá um gajo chamado Manoelinho a fazer estragos e desde aí nunca mais se esqueceram disso. Aproveitando a data, a Tuna dos Antigos Alunos do Liceu de Évora reunia, quais pais de família nostálgicos a matarem saudades da mocidade boémia. Nas semanas antecedentes, D. Vicente Roma transformava-se, os olhos brilhavam e era vê-lo caminho de Évora com o estojo do banjo ou do bandolim pronto para mais um ensaio, no dia tudo tinha que correr bem. Hoje já não oiço tocar a Marcha do 1º de Dezembro com o trinar das cordas duplas, muito embora tenha a música na minha cabeça o suficiente para soltar um assobio mal conseguido.
Ironicamente, (e porque a vida em si é uma ironia) foram estas perdas que em grande parte me fizeram crescer um pouco, moldando a minha maneira de ser e de estar, ensinando-me mais com a sua ausência do que antes quando estavam ali à mão.
Para mim, hoje, este dia já não é o da Restauração da Independência, é feriado porque recordo especialmente duas pessoas que já não tenho comigo, que hoje bastante falta me fazem, e com quem não consegui aprender tudo aquilo que tinham para me ensinar.